Solomon Quaynor anunciou a iniciativa durante a conferência de imprensa de balanço da visita de dois dias a Angola, que termina hoje, para o reforço do diálogo com o Governo angolano e setores empresarial público e privado, e para apresentar os principais instrumentos financeiros do BAD disponíveis para alavancar investimentos no país lusófono.
Segundo Solomon Quaynor, no âmbito do plano de desenvolvimento do Corredor do Lobito, que está a ser gizado pelo Governo de Angola, abordou com as autoridades angolanas "a possibilidade da implementação de um projeto de 200 milhões de dólares para o setor agrícola no leste do país".
Questionado se os 200 milhões de dólares surgem como reforço de investimento no Corredor do Lobito na sequência do congelamento dos investimentos da USAID, agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento e ajuda humanitária, o responsável do BAD disse que o Corredor Lobito conta com o apoio de três países e outras entidades, entre as quais o BAD, experientes em projetos do género.
"Vamos continuar a trabalhar com os governos de Angola, da República Democrática do Congo, da Zâmbia, Tanzânia e Itália", disse Solomon Quaynor, reiterando a continuidade na implementação deste projeto.
Por sua vez, o ministro do Planeamento de Angola disse que "não há congelamento, e as empresas continuam a negociar com bancos americanos, com o BAD, para serem apoiados para investirem neste corredor".
O governante angolano vincou que a USAID previa um apoio ao Ministério dos Transportes de 250 mil dólares (cerca de 224 mil euros), para o apoio de atividades institucionais e não para o Corredor do Lobito.
"Não há congelamento nenhum, porque ainda não há financiamento nenhum de qualquer verba", afirmou.
Em abril do ano passado os governos dos Estados Unidos e de Angola assinaram um acordo para o desembolso de uma primeira tranche de um financiamento total de 235 milhões de dólares da USAID, no período 2024-2027, para o combate à malária e ao VIH/SIDA, promoção do planeamento familiar e o programa Mulheres na Agricultura, no Corredor do Lobito.
Victor Hugo Guilherme considerou produtiva a visita deste responsável do BAD pelos encontros que manteve com a sociedade civil e a banca, destacando a disponibilidade desta instituição financeira africana para inteirar-se do funcionamento da economia angolana e ouvir as necessidades existentes, nomeadamente o reforço do capital humano.
O titular da pasta do Planeamento de Angola considerou importante o anúncio deste novo financiamento para o Corredor do Lobito, previsto ainda para este ano, por ter como foco a agricultura, numa área que, em termos geográficos, necessita de investimentos.
"Estamos a falar das províncias do leste, o Moxico e as Lundas (...) e estamos a fazer todo o esforço para que ele seja ativo o mais rápido possível", salientou.
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