A Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses faz um balanço dos lucros dos cinco maiores bancos a operar em Portugal, que atingiram um valor agregado de 4.964 milhões de euros no ano passado.
"Na base destes resultados estão, entre outros fatores, a política de fixação de juros do Banco Central Europeu e as comissões cobradas por estes bancos", salienta a CGTP, em comunicado.
Ao mesmo tempo que "diversos indicadores apontam para as crescentes dificuldades dos trabalhadores e das suas famílias acederem ou cobrirem os encargos com a habitação, os bancos e os seus acionistas acumulam mais e mais milhões de euros em lucros", sublinha a confederação.
A CGTP destaca ainda os resultados de outras empresas portuguesas como a EDP e a Galp, para salientar que "o dinheiro que se diz não existir para aumentar salários, a economia que se afirma não sustentar as reivindicações dos trabalhadores de um aumento geral e significativo de todos os salários, em pelo menos 15% e nunca inferior a 150 euros, sobra para garantir estes lucros colossais que traduzem um nível de acumulação e concentração da riqueza que é económica e socialmente insustentável".
Para a central sindical, verifica-se um "contraste gritante, num país que está como nunca para o grande capital, mas que falha em garantir os mínimos a um número crescente de crianças no nosso país".
Exige por isso uma "rutura com esta política geradora de desigualdades, alicerçada na exploração, subordinada aos interesses dos que mais têm".
Segundo contas da Lusa, os lucros agregados de 4.964 milhões de euros dos cinco maiores bancos significam mais 12% do que o resultado líquido de 2023. Este é um valor recorde que torna 2024 o melhor ano de sempre da banca em Portugal.
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