De acordo com o relatório intitulado "Liberdade de Imprensa na Europa 2024: enfrentar a pressão política, a desinformação e a erosão da independência dos meios de comunicação social", os riscos a que os jornalistas estão sujeitos aquando da cobertura da guerra da Ucrânia continuaram a ser a maior preocupação relacionada com a segurança dos jornalistas na Europa em 2024.
Durante o conflito, tanto os profissionais de comunicação social como os civis em todo o país "suportaram a ameaça constante dos bombardeamentos russos. O papel essencial dos meios de comunicação social na cobertura dos conflitos foi ainda mais posto em causa pelas violações da liberdade de imprensa no contexto atual".
No ano passado, "a plataforma documentou pelo menos sete incidentes em que jornalistas estiveram sob fogo, incluindo a trágica morte do conselheiro de segurança da Reuters, Ryan Evans, no final de agosto, num ataque com mísseis no leste da Ucrânia. Vários outros casos envolveram jornalistas feridos e gabinetes de imprensa visados".
O documento identifica como agressões graves a vigilância digital de jornalistas, os riscos da confidencialidade da fonte, a repressão transacional de jornalistas (sobretudo com origem na Rússia e Bielorrússia) e a tendência para captura de media por governos em alguns países.
A crescente ameaça de desinformação, incluindo conteúdo gerado por inteligência artificial (IA) e propaganda estatal, usada para manipular a opinião pública e minar o jornalismo independente, é também uma das preocupações expressas pelas instituições europeias.
"As campanhas de desinformação geradas por IA, os vídeos "deepfake" e o assédio automatizado estão a ser cada vez mais utilizados para desacreditar os jornalistas e minar a confiança do público nos meios de comunicação social", lê-se no relatório.
Neste sentido, destaca-se a necessidade de "uma proteção legal mais forte para jornalistas, salvaguardas contra a desinformação e medidas para combater a captura e vigilância dos media", acrescentando ser preciso que os Governos a instituições defendam a liberdade de imprensa, através de reformas políticas, transparência e proteções mais fortes contra ameaças e assédio.
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