BBVA espera que acionistas do Sabadell se juntem ao projeto comum

O presidente do BBVA, Carlos Torres, disse hoje na assembleia-geral que está a decorrer em Bilbau que espera que os acionistas do Banco Sabadell possam juntar-se "o mais rapidamente possível" ao grande projeto que surgirá da fusão das duas entidades.

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Lusa
21/03/2025 13:38 ‧ há 8 horas por Lusa

Economia

Banca

Durante o discurso aos acionistas do banco, Torres referiu-se à Oferta Pública de Aquisição (OPA) do BBVA sobre o Sabadell, para a qual aguarda autorização da Comissão Nacional dos Mercados e da Concorrência (CNMC).

 

Torres sublinhou que, uma vez aprovada a operação pelas autoridades, chegará o momento dos acionistas e que "é importante que sejam eles a decidir".

O presidente do BBVA afirmou que a fusão das duas instituições "resultará num banco melhor para todos".

Segundo Torres, graças à maior dimensão e aos melhores resultados do banco resultante, a capacidade de concessão de crédito às famílias e às empresas aumentará em cerca de 5.000 milhões de euros por ano.

O responsável afirmou ainda que a fusão do BBVA e do Sabadell aumentará a contribuição através dos impostos e, com isso, o "impacto positivo no progresso e desenvolvimento de Espanha".

Torres recordou que o BBVA foi particularmente sensível às preocupações manifestadas pelas autoridades relativamente à integração dos dois bancos e apresentou à CNMC "compromissos efetivos e sem precedentes para garantir a inclusão financeira e a coesão social, o crédito às PME e a competitividade".

O banco afirmou ainda que, após a fusão, reforçará o compromisso com os diferentes territórios, nomeadamente onde a entidade tem maior presença, e manterá o centro corporativo de Sant Cugat (do Sabadell) como centro de decisão relevante, além de utilizar as duas marcas em áreas ou negócios em que possa ter interesse comercial.

Na quinta-feira, o presidente do Banco Sabadell, Josep Oliu, foi aplaudido de pé pelas cerca de 1.000 pessoas presentes na assembleia-geral de acionistas, a primeira a ser realizada em Sabadell (Barcelona) após o regresso da sede da empresa à Catalunha.

Com a entidade imersa no processo da OPA lançada pelo BBVA, os acionistas minoritários que usaram da palavra posicionaram-se contra a oferta do banco presidido por Carlos Torres e apelaram a que não se ouçam "cantos de sereia".

A reunião realizou-se num momento-chave para a OPA, a poucas semanas de a CNMC publicar a sua análise da operação e abrir a possibilidade de o Governo se pronunciar.

Rodeado pelos seus apoiantes, Oliu encerrou a reunião assegurando que "a maior alegria será voltar à assembleia de acionistas" no próximo ano.

Durante a reunião, os acionistas aprovaram as contas anuais do banco e planos de remuneração, que preveem a distribuição de 2.100 milhões de euros em 2024, além de uma previsão de mais 1.200 milhões em 2025. Foi também dada 'luz verde' à reeleição, por mais quatro anos, do presidente da Comissão Executiva, César González-Bueno, que liderou a reação do banco à OPA.

No discurso aos investidores, Oliu alertou para os "riscos de execução" da OPA e apelou ao "bem comum deste país" na avaliação da oferta: "A decisão está nas vossas mãos".

Segundo dados da CNMV, os maiores acionistas do banco são a Blackrock (6,47%), a seguradora Zurich (4,10%), o Dimensional Fund (3,75%) e o investidor mexicano David Martínez (3,49%).

O presidente alertou que as sinergias da OPA seriam reduzidas se a fusão não se concretizasse e sublinhou que a presumível imposição de condições à operação para minimizar problemas de concorrência teria impacto no valor do hipotético banco resultante.

"Seria necessária uma proposta de valor muito diferente da que foi rejeitada pelo Conselho de Administração para compensar todos os riscos e dificuldades que esta operação coloca", afirmou.

O conselho de administração rejeitou uma primeira proposta amigável do BBVA, alegando que o seu projeto a solo ofereceria "uma maior criação de valor para os seus acionistas".

[Notícia atualizada às 14h33]

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