Grécia enfrenta a terceira greve geral de 24 horas em três meses

A Grécia enfrenta na quarta-feira a terceira greve geral de 24 horas em pouco mais de três meses, convocada pelos setores público e privado para exigir aumentos salariais e medidas face ao abrandamento económico geral.

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Lusa
08/04/2025 16:05 ‧ há 1 semanas por Lusa

Economia

Grécia

A greve convocada pelos dois principais sindicatos gregos, o GSEE e o ADEDY, foi apoiada pelos controladores aéreos e pelos marinheiros, pelo que não haverá voos e os navios de passageiros permanecerão atracados nos portos.

 

Os comboios também não circularão, uma vez que os trabalhadores ferroviários se juntaram às manifestações, que, dois anos após o trágico acidente ferroviário de fevereiro de 2023 que matou 57 pessoas, continuam a exigir medidas para garantir a segurança nos caminhos-de-ferro.

O metro e os elétricos de Atenas vão funcionar apenas durante sete horas para permitir a circulação das pessoas que participam nas manifestações no centro da capital.

"Os pequenos aumentos (salariais) concedidos nos últimos dois anos pelo governo aos funcionários públicos, após dez anos de cortes, não cobrem a sua perda de rendimento, tendo em conta o grande aumento generalizado dos preços", declarou a Confederação dos Sindicatos dos Funcionários Públicos (ADEDY) no seu apelo à greve.

Durante os anos da crise financeira que atingiu a Grécia entre 2010 e 2018, os salários foram reduzidos em até 40%.

"O custo elevado está a corroer os rendimentos dos trabalhadores, sem que o Governo tome qualquer medida", sublinhou o principal sindicato do setor privado, o GSEE, no seu apelo à ação.

Os sindicatos exigem que o Governo do primeiro-ministro conservador, Kyriakos Mitsotakis, aumente os salários para que se possa viver "com dignidade" e assine contratos coletivos de trabalho em todos os setores, para que os trabalhadores se possam proteger dos abusos dos empregadores.

A ADEDY apela igualmente para medidas "concretas" para fazer face ao elevado custo de vida generalizado e à crise da habitação.

A ADEDY pede ainda o restabelecimento dos chamados "13.º e 14.º salários", dois salários extra pagos aos funcionários públicos no Natal e na Páscoa ortodoxa, que foram cortados durante a crise financeira.

Ambos os sindicatos pedem justiça para o "crime de Tempe", perto do qual dois comboios colidiram frontalmente em 28 de fevereiro de 2023 num troço de via que não dispunha dos sistemas de segurança necessários, matando 57 pessoas, na sua maioria jovens.

Embora Mitsotakis tenha repetidamente afirmado que a Grécia é atualmente "um exemplo a seguir na Europa" no que diz respeito à sua política económica, o país continua a ser um dos mais pobres da União Europeia (UE).

De acordo com os dados publicados no mês passado pelo Eurostat, o poder de compra grego foi o segundo mais baixo da UE em 2024, à frente apenas da Bulgária.

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