Medina Carreira comentou esta noite a situação económica do Algarve, que foi considerado no programa ‘Olhos nos Olhos’ da TVI 24 como um “paraíso perdido”.
O comentador lembrou que o Algarve “apareceu nos anos 60 e não foi por acaso”.
“Apareceu aí porque a economia portuguesa funcionava muito bem e o país começava a ter um certo enriquecimento. A Europa tinha um dinamismo muito forte. Os meios de comunicação- automóvel e aéreos - difundiam-se”, explicou.
Este crescimento, no entanto, nunca o iludiu e Medina Carreira afirma que os problemas existentes hoje na região já eram previsíveis
“Quem tinha esclarecimento foi capaz de prever que era uma evolução que não corria bem, em termos de construção, interesses imobiliários, autarcas. Tudo isso conduziu o Algarve à perda do paraíso”, referiu, salientando que já em 1963 Sofia de Mello Breyner preverá que “aquilo ia dar sarilho”.
Este referia-se à compra e venda desenfreada de terrenos. “Construiu-se de mais, com pouca qualidade, sem respeitar o que lá estava”, disse.
Embora seja uma zona turística por natureza, lembrou que a geração de hoje “é uma nova geração que não para e que não se sente atraída por coisas que tenham tradição e beleza”, pelo que é necessário perceber o que é que “o turista quer”.