Portugal recebeu hoje a notícia de que as medidas orçamentais adicionais que o Governo ficou de preparar terão mesmo que ser implementadas. Quem o disse foi o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici.
O comentador da SIC, Miguel Sousa Tavares não se mostrou muito otimista: "Infelizmente vamos ter um plano B, um Orçamento retificativo. E eu não juraria mesmo que não venhamos a ter um plano C e um segundo Orçamento retificativo".
Quando questionado sobre que medidas poderiam ser implementadas, o escritor disse não ser "muito difícil de adivinhar", uma vez que se" trata de descer mais o défice do Estado".
"Só se pode fazer de duas maneiras: ou cortar na despesa ou aumentando na receita. Não me parece que o Estado vá cortar na despesa, aliás todos os dias vejo medidas anunciadas que representam o acréscimo da despesa, um pozinhos aqui e pozinhos acolá e a conta vai subindo", admitiu.
Para Sousa Tavares só há uma solução: "Resta subir na receita, vai haver aumento de impostos". "É esse o grosso do plano B", explicou, acrescentando que as mudanças serão sentidas no IRS e naqueles que estão nos "escalões mais acima".
No entanto, António Costa disse momentos depois há comunicação social que não serão necessárias mais medidas. "A Comissão não entende que devem ser aplicadas mais medidas. A Comissão vê riscos onde nós não vemos. Não vemos qualquer razão para alterar o Orçamento. Não vemos qualquer razão para temer a nossa capacidade de dar uma boa execução ao Orçamento", garantiu.
Na antena da SIC, Sousa Tavares falou ainda sobre o fim do segundo mandato de Cavaco Silva e a contratação de Maria Luís.