Na antena da SIC, Miguel Sousa Tavares considerou o buraco da Caixa Geral de Depósitos (CGD) “um escândalo público, que não pode passar sem consequências” e acusou a banco público de ser uma "rampa de lançamento ou local de reforma para pessoas do Bloco Central".
Para o comentador, o buraco da CGD começou logo desde a sua fundação, há 40 anos, quando foi construída a sede bancária mais rica da Europa. “Lembro-me de ter questionado, na altura, se por acaso éramos o país mais rico da Europa para termos a sede bancária mais rica, ainda por cima do Estado”.
"Os 3 milhões e 200 mil euros que pusemos lá nos últimos anos, mais os 4 mil milhões que o Estado pede agora, é um escândalo público" que tem de ser investigado, defendeu Sousa Tavares, para apurar responsabilidades e que “negócios de favor foram feitos”.
“A única justificação da CGD é ajudar a economia, e neste momento é a economia que vai ajudar a Caixa, como aliás todos outros bancos”, sublinhou, criticando também a nova administração. “Não contesto a competência do novo administrador, mas a primeira coisa que ele quer é um ordenado muito melhor e passar de 14 para 19 os administradores”, sublinhou Sousa Tavares, questionando outras contratações.
“A de Leonor Beleza, o que é que ela sabe de banca? Fazia assim tanta falta à Caixa?”, questionou o jornalista, para mais à frente tecer uma crítica pesada ao banco do Estado: “O princípio de continuar a ser um lugar dourado, para as pessoas do Bloco Central, mantém-se”, disse.
Para Miguel Sousa Tavares, “a Caixa sempre serviu de rampa de lançamento ou de local de reforma para pessoas do Bloco Central,e também do CDS, terem excelentes lugares. É um filme que já vimos vezes de mais”.
“Estava convencido, na minha estupidez imensa, que ter um banco era um bom negócio. Afinal é um péssimo negócio, todos perdem dinheiro. São incompetentes ou andaram a brincar com o fogo?”, interrogou-se.