Juros altos criam risco de crise de crédito em países como Portugal

As elevadas taxas de juro praticadas na economia real em países como Portugal criam o risco de uma crise de crédito, atrasando a recuperação económica dos países mais fragilizados da zona euro, alertou esta segunda-feira a chanceler alemã.

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© Reuters

Lusa
15/04/2013 20:02 ‧ 15/04/2013 por Lusa

Economia

Merkel

Em Berlim, numa intervenção na Associação Alemã de Bancos (BdB, na sigla em alemão), Angela Merkel apontou para as diferenças existentes nos mercados de crédito entre os vários países europeus que aderiram à moeda única, quer ao nível das dívidas soberanas, quer em termos dos empréstimos comerciais, numa fase de fraco crescimento na zona euro.

E disse, citada pela agência Bloomberg, que as altas taxas de juro cobradas junto da economia real em países como Portugal criam o risco de uma crise de crédito, que colocará entraves à recuperação económica dos países mais afectados pela crise na zona euro.

Salientando que o euro é do "interesse fundamental" da Alemanha, Merkel sublinhou que a solidez das finanças públicas e as medidas de incentivo ao crescimento económico devem andar de mãos dadas nos países da zona euro.

Mais tarde, num encontro com uma comitiva de responsáveis do Qatar que está a visitar a Alemanha, Merkel assegurou que a Alemanha irá continuar, em conjunto com os seus parceiros europeus, a tomar as medidas necessárias para proteger o euro.

O impulso à competitividade económica e o estabelecimento de uma união bancária na zona euro foram duas das medidas defendidas pela chanceler alemã.

Os elevados juros que estão a ser cobrados pela banca na concessão de crédito têm estado na ordem do dia em Portugal.

No sábado, no final de uma reunião do Conselho Nacional do PSD, em Lisboa, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho afirmou aos jornalistas que o Governo vai atuar para que a banca reanime o crédito à economia, depois de assinalar o apoio à recapitalização de alguns bancos e os meios dados à Caixa Geral de Depósitos (CGD).

"O Estado - que, de resto, suportou a recapitalização de alguns bancos privados e que dotou a CGD dos meios necessários, de rácios de capital necessários para exercer esse papel - não deixará de activamente, junto dessas instituições, garantir que tudo o que elas podem fazer para reanimar o crédito à economia seja feito", declarou Passos Coelho.

Pedro Passos Coelho disse ter sido essa a posição que assumiu nesta reunião do órgão máximo do PSD entre congressos sobre o papel da banca.

Antes, o primeiro-ministro e presidente do PSD considerou que "há hoje uma parte da recessão que está a ser causada de forma desnecessária, pela falta de crédito à economia, não obstante haver bancos capitalizados que possam assegurar esse crédito à economia".

"Sabemos as condições muito restritivas em que os bancos também funcionam, sabemos que o seu próprio financiamento é conseguido com juros que são elevados e que depois são transferidos para o mercado nos empréstimos que são realizados", referiu Passos Coelho.

"Mas eu acredito que há hoje alguma margem para que os bancos possam ter, sem ferir a análise de risco que cada instituição deve fazer, uma posição mais activa na retoma do investimento", acrescentou o chefe do Governo PSD/CDS-PP na defesa desta posição.

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