"Portugal avança para uma nova crise"

Continuam a surgir os arautos a anunciar um possível segundo resgate para a economia portuguesa. O distanciamento dos casos bem sucedidos de Espanha e Irlanda é cada vez maior e o Governo do PS é um dos grandes alvos de críticas.

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Bruno Mourão com Elsa Pereira
23/08/2016 08:48 ‧ 23/08/2016 por Bruno Mourão com Elsa Pereira

Economia

Libre Mercado

Depois do aviso do Berenberg Bank, surge de Espanha um novo sinal de alerta para a degradação da situação económica portuguesa, qe poderá levar a uma nova crise de financiamento e obrigar o Governo de iniciativa de Esquerda. 

Num artigo intitulado "Portugal avança para uma nova crise", o jornal espanhol Libre Mercado traça um cenário apocalíptico para o futuro próximo de Portugal, baseado nas dificuldades de convencer as grandes agências de rating do compromisso com as reformas do programa de resgate. 

"Cresce a pressão sobre a dívida pública portuguesa. Os juros indexados à dívida a 10 anos ultrapassaram a barreira dos 3% na passada sexta-feira", avisa o Libre Mercado, citando o diretor de dívidas soberanas da DBRS para deixar em aberto a possibilidade de um novo corte de rating que deixaria a dívida nacional inelegível para o programa de compra de ativos do BCE: "O crescimento de Portugal no segundo trimestre aumentou as nossas inquietações sobre as previsões de crescimento, que parece estar a abrandar no terceiro trimestre". 

As palavras de Fergus McCormick são encaradas pelo jornal económico espanhol como um sério aviso à navegação e uma crítica velada às decisões da Esquerda parlamentar de reverter as reformas do governo de coligação PSD/CDS-PP. 

"Portugal abandonou o programa de resgate europeu em 2014 e graças a reformas e ajustes feitos, entrou numa senda de crescimento positivo que parece estar a desaparecer com a nova coligação de esquerdas liderada por António Costa. O Governo luso, no poder desde finais de 2015, voltou atrás com reformas chave , elevando as despesas do Estado e o salário mínimo", explica o Libre Mercado, antes de citar o Berenberg Bank para falar do "caminho errado" de Portugal e Grécia em comparação com as decisões corretas de Espanha.

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