É "leviano" relacionar capitalização da CGD com amortização ao FMI
O ministro das Finanças afirmou hoje no parlamento que comparar a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos à operação de amortização da dívida ao FMI "é leviano" e mostra incompreensão da situação, numa resposta à oposição.
© Lusa
Economia Mário Centeno
"O investimento na Caixa é crucial para o sucesso da economia portuguesa, é preciso perceber esta importância para não ter a leviandade de a colocar a par de uma outra operação de gestão de dívida que tem a ver com a amortização do FMI [Fundo Monetário Internacional]. Fazer a comparação é não compreender o que está em causa", disse Mário Centeno, na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, que decorre no âmbito da sua audição regimental no parlamento.
O ministro das Finanças respondia, desta forma, às críticas lançadas pelo deputado social-democrata Duarte Pacheco que classificou como "horribilis" o primeiro verão de Centeno como ministro das Finanças, nomeadamente no que diz respeito à forma como foi conduzido o processo de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), entre outras áreas da economia e finanças portuguesas.
Em reação, Mário Centeno acusou o deputado de não perceber que Portugal "tem um sucesso absolutamente extraordinário neste processo", "ao contrário das oito tentativas falhadas" pelo governo anterior.
"Resolvemos num tempo absolutamente recorde uma situação que era de urgência. Numa negociação muito construtiva e muito séria, política e tecnicamente, conseguimos um acordo com a Comissão Europeia que a coloca com níveis de capitalização adequados a cumprir a sua função, o que não encontrámos em novembro de 20125", afirmou Mário Centeno.
O ministro das Finanças sublinhou que a capitalização da CGD foi "prioridade absoluta" do Governo, já que ela reforça a capacidade do banco de dar crédito e aceder a financiamento mais barato e, por sua vez, transmiti-lo aos seus clientes, promovendo, com isso, a economia.
"Nunca ouviram da minha boca nenhuma palavra que pudesse colocar em causa o processo negocial que conduzimos com sucesso. Se esse sucesso perturba alguém, alguém vai ter de rever isso", reforçou.
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