Salários na CGD: O ideal é não passar "do oito para o oitenta"

Luís Marques Mendes defende um critério intermédio na altura de definir os vencimentos de quem gere o banco público.

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João Oliveira
23/10/2016 23:35 ‧ 23/10/2016 por João Oliveira

Política

Marques Mendes

No habitual espaço de comentário semanal, na SIC, Luís Marques Mendes analisou os vencimentos a atribuir a António Domingues, que vai receber mais de 30 mil euros por mês enquanto presidente da Caixa Geral de Depósitos.

Começando desde logo por dizer os ordenados “são uma matéria muito propícia a demagogias”, o ex-governante explicou que, nestas situações, surgem sempre “duas posições muito radicais”.

“Há os mais radicais, com algum exagero, que dizem ‘não, o país está em crise, o salário mínimo é muito baixo, os trabalhadores portugueses ganham muito mal e portanto os gestores também têm de ser baratinhos’ (…) Depois há a outra posição de quem diz ‘não, temos de ter os mais competentes, e para ter os mais competentes, temos de lhe pagar mundos e fundos porque a competência tem um preço”, exemplificou, dizendo que o ideal é não passar “do oito para o oitenta”.

Justificando que “a função política não tem nada a ver com a função empresarial”, mas também lembrando que “o país está cheio de gestores na banca que eram principescamente pagos e que levaram os bancos à falência”, o social-democrata defende que o ideal seria encontrar “um meio termo”.

“Mais dinheiro não é necessariamente sinónimo de mais competência. Eu acho que é dentro destas posições radicais que deve haver um meio termo, ou seja, pagar bem, mas pagar com equilíbrio e bom senso”, sustenta. Por isso, acrescenta, “no caso da Caixa, talvez fosse mais correto e adequado um vencimento mais baixo, mas com prémios em funções dos resultados. Se não tiverem bons resultados, não têm prémio”.

Marques Mendes sublinha ainda que “não há nenhuma empresa, em Portugal ou no mundo, em que o seu gestor passe de um vencimento num ano para o dobro no ano seguinte”, mas que, no caso da CGD, existem exceções sem justificação.

“Há um ponto na CGD que é mais sério, há um regime de exceção que foi criado para os gestores da Caixa. Não é um problema de seriedade das pessoas, é um problema de escrutínio”, terminou.

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