O BPI divulgou hoje, na apresentação dos resultados relativos a 2016, que para atingir um rácio de capital total (uma nova medida de solvabilidade) de 12% - a soma dos 11,75% exigidos pelo Banco Central Europeu (BCE) mais uma almofada ('buffer') de segurança de 0,25% - será necessária a "emissão de dívida subordinada no valor de 206 milhões de euros".
Assim, disse Fernando Ulrich, para garantir o cumprimento das exigências será feita uma emissão de obrigações até 250 milhões de euros.
Este valor é inferior às necessidades de capital identificadas no ano passado.
Ainda na apresentação distribuída aos jornalistas, o BPI considera que foi penalizado na avaliação do rácio de capital necessário por, quando a avaliação foi feita, haver ainda a blindagem de estatutos e ainda ter uma exposição excessiva a Angola (onde tem o BFA - Banco de Fomento de Angola).
Contudo, como entretanto ambos os problemas foram resolvidos (os acionistas votaram favoravelmente no outono de 2016 o fim da regra que punha limites aos direitos de voto e já este ano o BPI vendeu parte da participação no BFA, tendo agora uma posição minoritária de 48,1%), diz o BPI que é seu entendimento que no futuro o "rácio de capital exigido deverá ser mais baixo".
Para poderem cumprir novos requisitos regulatórios, os bancos terão de emitir nova dívida subordinada no mercado, sendo que essa dívida será a primeira a ser usada caso, por dificuldades das instituições, sejam obrigadas a recorrer ao resgate interno (bail-in).
Também a Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a preparar uma emissão de obrigações subordinadas (em duas tranches de 500 milhões de euros), que faz parte do aumento de capital, que no total ascenderá a 5.000 milhões de euros.
O Grupo BPI divulgou hoje lucros de 313,2 milhões de euros relativos a 2016, mais 32,5% do que em 2015.