No último relatório trimestral, este 'think-tank' independente também prevê que o PIB irlandês volte a aumentar 2,7% em 2014, mais três décimas que a estimativa do governo irlandês, ainda que este esteja condicionado à saída da recessão da zona euro em 2014.
Em relação à zona euro, o estudo do ESRI defende que a contração da economia dos 17 se vai “estabilizar” este ano e voltará a crescer 1,1% em 2014.
Segundo uma primeira estimativa publicada na quarta-feira pelo Eurostat, o PIB da zona euro caiu 0,2% no primeiro trimestre do ano face ao trimestre anterior, enquanto o da UE diminuiu 0,1%.
As estimativas do ESRI para a Irlanda baseiam-se dos pressupostos de que não só a UE, o principal destinatário das exportações irlandesas, saia da recessão, mas também que outros sócios comerciais tradicionais, como os Estados Unidos, continuem a crescer.
O 'think-tank' mostra-se otimista face à evolução da economia dos Estados Unidos, afirmando que depois de um bom início de ano prevê que o PIB norte-americano cresça 2% em 2013 e 3% em 2014.
No entanto, dada a instabilidade da economia da zona euro, o relatório insta o executivo irlandês a continuar a aplicar com firmeza os conteúdos do programa de ajuda pedido por Dublin em 2010 à UE e ao Fundo Monetário Internacional (FMI), de 85 mil milhões de euros.
O rigoroso seguimento das condições do resgate contribuirá para “a eliminação do défice, enquanto a contração das finanças públicas não será um obstáculo para a economia doméstica”, sublinha o relatório.
Entre os desafios que o governo enfrenta, o ESRI adverte que no contexto de crescimento descrito, os bancos nacionais poderão ter dificuldades para conceber financiamento às pequenas e médias empresas.
Atualmente, refere o ESRI, as PME não têm problemas para aceder a modestas linhas de crédito, mas se a economia irlandesa cresce nos próximos meses ao ritmo previsto o sistema bancário, profundamente reestruturado desde o resgate, poderá não ter a capacidade necessária para enfrentar a procura.
“Ainda que agora pareça que haverá algum aumento dos rendimentos nos próximos dois anos, a incerteza sobre o futuro económico e o alto nível de desemprego poderia levar as famílias a continuar a poupar por precaução”, indica o relatório.
A falta de consumo interno, adverte o ESRI, pode contribuir para manter a taxa de desemprego em níveis elevados, em cerca de 14% nos próximos anos, apenas menos sete décimas que o número atual.