"Moçambique vai enfrentar um período de crescimento económico baixo até 2018, devido ao recente incumprimento financeiro e ao peso insustentável da dívida, que dificulta os investimentos, quer do setor público, quer do privado", escrevem os especialistas desta consultora do grupo Fitch, numa nota de análise a que a Lusa teve acesso.
No comentário, os analistas dizem que a exceção ao ceticismo dos investidores está no setor do gás natural, já que esperam "progressos nos projetos da Eni e da Anadarko nos próximos meses", o que aliás já está a acontecer, com a entrada da Exxon Mobil no projeto da Área 4, na Bacia do Rovuma.
A economia de Moçambique deverá abrandar para 3% este ano, acelerando ligeiramente para 3,5% em 2018, mas mantendo-se bem abaixo da média entre 2010 e 2016, quando a riqueza se expandia a um ritmo médio de 6,5% ao ano, segundo as previsões destes consultores.
"A nossa visão pessimista sobre a evolução económica de Moçambique a curto prazo é largamente baseada no hiato temporário que prevemos que exista no modelo de crescimento do país, que assenta principalmente no desenvolvimento de infraestruturas", escrevem os analistas.
O 'default' de janeiro, no entanto, "vai exacerbar o fraco sentimento dos investidores, que já estava a sofrer com a queda dos preços das matérias-primas", o que significa, concluem, que Moçambique deverá ser menos atrativo para as indústrias mais importantes para o país, que já de si sofrem dificuldades de acesso a financiamento necessário para crescer.