"Se é por via dos salários, devo dizer que é uma execução que rejeitamos em absoluto", considerou Carlos Silva no final da reunião de hoje do Conselho Económico e Social (CES).
O responsável da UGT comentava os números da execução orçamental hoje revelados pela Direção-Geral do Orçamento (DGO), que aponta que o défice das administrações públicas melhorou 865 milhões de euros em maio, de acordo com a contabilidade da 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu), devido ao aumento dos impostos diretos, IRS e IRC, em 21,8%.
De acordo com a síntese de execução orçamental divulgada hoje pela DGO, o défice para efeitos de programa caiu para os 1.536,3 milhões de euros em maio, contra 2.401 milhões de euros que se verificavam no final de abril.
"Em maio registou-se um excedente de 865 milhões de euros no saldo das Administrações Públicas de acordo com o critério do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF). Para este excedente, contribuíram todos os subsetores com exceção da Administração Regional, que observou um défice de 88 milhões de euros. Assim, o saldo provisório das administrações públicas até maio, relevante para efeitos de aferição do cumprimento do PAEF, teve uma melhoria significativa, situando-se, no final de maio, em -1.536,3 milhões de euros" , diz a DGO.
A explicação está no comportamento da receita fiscal, com os impostos diretos a subirem 21,8%, e das contribuições para sistemas de proteção social em 4,7% e ainda pela receita de dividendos do Banco de Portugal.
Desagregando a subida verificada nos impostos verifica-se que a receita de IRS registou uma subida de 30,6% em maio, face ao mesmo mês do ano passado, enquanto o IRC subiu 8,2%.