O Ministério das Finanças reagiu à perspetiva otimista quer do Fundo Monetário Internacional (FMI) quer do Banco Central Europeu e Comissão Europeia face à economia portuguesa.
“Os comunicados de ambas as missões confirmam os progressos positivos em áreas chave da economia portuguesa registados ao longo de 2017”, começa por sublinhar a tutela em comunicado, no qual o ministério de Centeno frisa a “confirmação do reforço da atividade económica alicerçada no aumento do investimento e das exportações, que confirma a abrangência e a sustentabilidade do crescimento económico”.
A par disso, faz sobressair, “também são reconhecidos desenvolvimentos no mercado laboral, com a queda do desemprego para mínimos desde 2008”.
O Governo salienta ainda que 90% do aumento líquido de emprego em 2017, distribuído por uma gama alargada de setores, corresponde a contratos permanentes. “O rigor da execução orçamental de 2016, com o cumprimento das metas estabelecidas pela Assembleia da República, encontra continuidade em 2017”, acrescenta.
Assim, o Ministério das Finanças saúda o facto de "as previsões do FMI - de mais uma missão de monitorização pós-programa - convergirem, agora, com as previsões nacionais”, bem como “merece reconhecimento o acelerado ritmo de redução da dívida pública que deverá registar, em dezembro próximo, a maior queda em 19 anos”.
Por fim, o Governo afirma que o rumo até agora seguido, “através de uma gestão rigorosa das contas públicas e do fomento da competitividade da economia, tendo por objetivo a promoção de um crescimento sustentado e inclusivo, numa perspetiva de médio e longo prazo”, é para prosseguir.
“Os desafios que se colocam ao país estão claramente identificados no Programa Nacional de Reformas (PNR)”, lembra, garantindo que a implementação do mesmo “de forma decidida”, dando assim “resposta a várias das preocupações expressas pelas instituições internacionais”, lê-se ainda.
De referir que, apesar do otimismo nas projeções, o FMI deixa avisos, salientando que a recuperação económica e as baixas taxas de juro "criam uma oportunidade auspiciosa para uma redução mais rápida da dívida pública", que estima que caia de 130,1% em 2016 para 125,8% e 2017 e para 123,7% do PIB em 2018.
De Bruxelas chegaram também avisos. A Comissão Europeia e o Banco Central Europeu (BCE) consideram que a recuperação económica de Portugal "voltou a ganhar ímpeto", mas alertam para que o ajustamento estrutural planeado "está em risco de se desviar significativamente" dos requisitos europeus.