"Não há culpados". Liliana Campos deixa apelo após morte de Pedro Lima
A apresentadora é uma amiga próxima da família e falou abertamente sobre esta fase difícil, destacando os comentários negativos que têm surgido, especialmente por parte dos colegas das filhas mais velhas. "Estão a receber mensagens a dizer que é bem feita terem perdido o pai", revela.
© Passadeira Vermelha - SIC
Fama Pedro Lima
"Hoje é um dia triste para mim. O meu diretor tinha-me dito que eu não precisava de estar aqui, mas quis estar aqui para falar consigo, que está aí desse lado, porque há muita coisa que tem sido dita ao longo destes dias. Devo isto ao Pedro, devo isto à Anna [mulher do ator], devo isto aos miúdos e ao resto da família", começou por dizer Liliana Campos antes de iniciar o programa 'Passadeira Vermelha', esta segunda-feira, 22 de junho, dois dias após a morte de Pedro Lima.
A apresentadora da SIC fez questão de marcar presença no programa para esclarecer algumas críticas que têm surgido nas redes sociais, apelando sobretudo ao fim dos comentários contra a família e amigos do ator.
Mas antes disso, recordou a sua grande ligação a Pedro Lima, desmentindo também a informação de que teria sido uma das pessoas próximas do ator a receber uma mensagem do mesmo antes de este partir.
"O Pedro é meu compadre. Conhecemo-nos há quase 30 anos e desde o momento em que o João Francisco [filho mais velho do ator] nasceu ele passou a ser meu compadre e eu a madrinha. Nunca mais ouvi o Pedro dizer o meu nome. Nos últimos dias muita coisa foi escrita, foi dita, e eu queria que soubesse por mim que nem eu, nem o Rodrigo [marido de Liliana Campos] recebemos as tais mensagens antes de acontecer o que aconteceu. Foram dois amigos do Pedro que também estavam presentes na praia do Abano", destacou, explicando que como o comandante da Marinha tinha adiantado a informação de que estavam duas pessoas no local, acharam que era a apresentadora e o companheiro.
"Mas essas mensagens não foram para nós, foram para dois grandes amigos do Pedro também. Amigos que se aperceberam do que é que podia acontecer, mas aperceberam-se naquela altura. Queria pedir a todas as pessoas que estão a escrever nas redes sociais onde é que estavam os amigos e a família, a família e os amigos do Pedro estiveram sempre, sempre lá. E é muito injusto para os filhos dele chegarem às redes sociais e à Internet e verem a família a ser acusada de tudo o que aconteceu. Não há culpados quando se vive uma situação como o Pedro estava a viver", salientou.
"O Pedro não é culpado, os amigos não são culpados, muito menos a Anna [mulher de Pedro Lima] e os meninos. Se não tiver nada para dizer, não escreva isso porque pode estar a causar uma dor enorme a quem está do outro lado. Já basta o que basta, já basta toda esta tragédia, tudo isto que não há palavras para descrever", acrescentou.
De seguida, Liliana Campos revelou que as filhas mais velhas de Pedro Lima têm recebido, por parte dos colegas de escola, "mensagens a dizer que é bem feita terem perdido o pai".
"Queria pedir também aos colegas da escola da Emma e da Mia que pensassem porque estas crianças que acabaram de perder o pai estão a receber mensagens a dizer que é bem feita terem perdido o pai. Isto é terrível para uma criança que ainda não sabe o que é que a espera, é um trauma que vai carregar para o resto da vida, quanto mais mensagens destas. Está em casa, veja o que é que os seus filhos fazem. [...] Se há aqui alguma coisa para pedir é que não sejam maus para aquelas crianças porque elas estão a sofrer horrores", apelou.
Liliana Campos falou ainda em nome da mulher do ator, reforçando de novo que "não havia problemas financeiros". "O Pedro estava preocupado, como todos nós estamos preocupados com tudo o que aconteceu nesta era, estava doente, a depressão é uma doença que tem de ser tratada, não é um capricho nem ninguém está maluco".
A apresentadora aproveitou o momento para recordar a fase difícil que também passou após a morte da mãe. "Eu própria já passei por isso. Graças a Deus socorri-me das pessoas certas e soube sentir os sinais e procurar ajuda. Mas, se quer que lhe diga se alguma vez pensei em suicídio, pensei. E pensei que se calhar era melhor não estar aqui. Graças a Deus que tudo isso desapareceu e que não aconteceu nada. Mas só quem sente aquela dor e aquela angústia é que percebe o quão paralisante pode ser em ver uma saída", frisou.
"O Pedro tem muitos amigos ricos, pobres, que estavam dispostos a dar a vida por ele. E que emprestariam o dinheiro que ele precisasse, portanto, isto não foi uma questão de falta de amigos, foi uma questão do Pedro, da cabeça dele, da doença dele. Agora ele era o melhor pai do mundo, o homem mais apaixonado, o amigo mais querido, um excelente profissional. Era um homem à antiga, já não se fazem homens assim. É dessa forma que vos peço para se lembrarem do Pedro e que não especulem o que é que aconteceu ou deixou de acontecer porque nós, que estamos ali, ainda não sabemos. E não se esqueçam que estas crianças, são cinco filhos que o Pedro deixou, têm acesso às redes sociais, à Internet, assim como os seus filhos têm. Coloque-se um bocadinho no lugar daquela mãe que nesta altura não sabe o que é que há de fazer porque nenhuma de nós sabia", reforçou.
Antes de terminar, a apresentadora agradeceu ainda o carinho que a família também tem recebido neste momento difícil.
"Por outro lado, quero agradecer os milhares de mensagens que chegaram até nós, a dar força àquela família, sim porque aquela família é que neste momento precisa de nós e das nossas orações. Rezem pelo Pedro e por aquela família e não sejam maus, não digam coisas horríveis nas redes sociais. Se não tem nada de bom para dizer, não diga", rematou.
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Se estiver a sofrer com alguma doença mental, tiver pensamentos auto-destrutivos ou simplesmente necessitar de falar com alguém, deverá consultar um psiquiatra, psicólogo ou clínico geral. Poderá ainda contactar uma destas entidades:
SOS Voz Amiga (entre as 16h e as 24h) - 213 544 545
Conversa Amiga (entre as 15h e as 22h) - 808 237 327 (Número gratuito) e 210 027 159
SOS Estudante (entre as 20h e a 1h) - 239 484 020
Telefone da Esperança (entre as 20h e as 23h) - 222 080 707
Telefone da Amizade (entre as 16h e as 23h) – 228 323 535
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