A acusação disse, na quarta-feira, que a antiga colaboradora e ex-companheira do norte-americano Jeffrey Epstein, que se suicidou na prisão em 2019, deve cumprir entre 30 e 55 anos de prisão, em recomendações ao juiz que irá ler a sentença, na próxima terça-feira.
Num documento entregue ao tribunal federal de Manhattan, em Nova Iorque, na semana passada, os advogados de defesa disseram que Maxwell, de 60 anos, não devia passar mais de cinco anos na prisão.
A defesa alegou ainda que a britânica enfrentou ameaças de morte e condições adversas na prisão, onde perdeu cabelo e peso.
Mas o Ministério Público argumentou que Maxwell desempenhou um "papel instrumental no horrível abuso sexual de várias adolescentes", entre 1994 e 2004, em algumas das casas de Epstein nos estados da Florida, de Nova Iorque e do Novo México.
"Como parte de um acordo perturbante com Jeffrey Epstein, Maxwell identificou, preparou e abusou de várias vítimas, enquanto desfrutava de uma vida de luxo e privilégio extraordinários. Maxwell deixou para trás vítimas permanentemente marcadas por danos emocionais e psicológicos", escreveram os magistrados.
"Este dano nunca pode ser desfeito, mas deve ser considerado na elaboração de uma sentença justa para os crimes de Maxwell", acrescentaram.
A acusação também criticou o "completo fracasso de Maxwell em abordar a sua conduta ofensiva e total falta de remorso. Em vez de mostrar sequer um indício de aceitação da responsabilidade, a ré faz uma tentativa desesperada de lançar a culpa onde quer que possa", escreveu.
Em dezembro, Maxwell foi declarada culpada de cinco das seis acusações que lhe eram feitas, relacionadas com a exploração sexual de raparigas com 14 anos.
Epstein foi detido, em 2006, na Florida, num caso de abuso sexual de crianças, mas acabou por se suicidar na prisão em 2019, antes de ir a julgamento.
As disputas legais que envolvem a britânica e Jeffrey Espstein ainda não terminaram e Ghislaine Maxwell aguarda julgamento por duas acusações de perjúrio.
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