"O homem que mordeu o cão é a história do submersível", defende 'Pipoca'
Ana Garcia Martins comentou as críticas que foram feitas em relação à atenção mediática dada ao submarino Titan, que após uma implosão causou a morte aos cinco tripulantes.
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Ana Garcia Martins foi uma das figuras públicas a comentar o caso do submarino Titan, no qual se encontravam cinco pessoas que tinham como objetivo ver os destroços do Titanic e que acabaram por morrer na sequência de uma implosão catastrófica.
"Estão a ver 'O homem que mordeu o cão?', a rubrica do Nuno Markl? Sabem porque é que existe? Porque fala de coisas que fogem ao comum e é uma das primeiras regras que se aprendem em jornalismo: notícia não é um cão morder um homem, é um homem morder um cão. Porque acontece pouco, porque surpreende, porque é inesperado. E é isso que se tem passado com a história do submersível que, sabe-se agora, causou a morte a cinco pessoas", justifica a influenciadora digital.
"Só vejo gente altamente indignada com a atenção mediática que este caso está a recolher, a fazer comparações com os barcos de migrantes que todos os dias se afundam e causam milhares de mortos. Percebo e nem sequer estou aqui a defender, em termos humanos, o que é mais relevante, porque não faço essa distinção", continua.
"Mas a primeira situação é um homem a morder um cão, a segunda, infelizmente, é um cão a morder um homem. Não tem a ver com que vidas valem mais, tem a ver com uma situação excecional (no sentido de ser rara) com outra a que já assistimos tantas vezes que nos causou alguma habituação (com tudo o que de mau e triste isso acarreta)", explica.
"Gera-nos mais curiosidade e choque a história de cinco ocidentais, do que a de milhares de pessoas que, dia sim, dia sim, arriscam a vida para fugirem a um destino de guerra, fome, violência. É uma grande merda que assim seja, que prestemos mais atenção a umas coisas do que a outras, que pareça que damos um destaque desmedido a um evento singular e que praticamente ignoremos uma situação recorrente? É. Mas é o homem a morder o cão", faz ainda saber.
Entretanto, conclui: "O que se calhar temos de começar a perceber é que há mordidelas de cão graves, que causam mais danos e que não podem ser desvalorizadas. Enquanto isso não acontece, é só o mundo a ser o mundo".
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