"Tenho boa memória": foi desta forma que Carolina Deslandes iniciou uma reflexão sobre a sua infância e juventude que partilhou com os seguidores da sua página de Instagram.
"Lembro-me do telefone fixo da casa antiga dos meus avós. Lembro-me do primeiro dia de aulas da primeira classe. Lembro-me da última discussão que os meus pais tiveram e que os levou ao divórcio. Tenho boa memória", começa por referir.
"Lembro-me do cheiro do meu avô, como se o tivesse abraçado há minutos. Lembro-me da minha mãe sacar de uma caneta da mala e acrescentar um ponto final numa composição minha que estava exposta na parede. Piscou-me o olho a seguir. Lembro-me da primeira vez que vi a minha irmã Matilde dormir. Lembro-me de todas as 17 casas onde vivi e podia desenhá-las agora", continua.
"Uma boa memória é uma benção e uma maldição. Se ao mesmo tempo nos devolve o que perdemos, também nos condena ao que não somos capazes de largar", evidencia.
Para a artista, o facto de ter boa memória foi uma coisa muito positiva quando foi mãe. "A poucas horas de arrancar para a estrada, agarro-me à memória como um superpoder: basta-me fechar os olhos e consigo ter qualquer um dos meus filhos colados ao meu nariz. Sei a que cheira cada um dos seus pescoços. Sei distinguir o riso e o choro. Sei encontrar o cheio a torradas, ovos, leite quente, e em segundos estamos todos juntos, ali, na minha memória. Tenho boa memória. E está tudo bem. Porque hoje, também tenho uma boa vida", completa.
Leia Também: "O meu corpo não é a razão pela qual fui contratada"