Armanda Leite, a jovem que sobreviveu ao acidente que matou o cantor Angélico Vieira, em 2011, afirmou, esta segunda-feira, que o que lhe dá "força para lutar" atualmente é o "gosto pela vida".
"Só me perguntava: Porquê comigo? Só depois é que percebi que foi comigo porque tinha de ser, acontece a qualquer um e chegou a minha vez. Ainda estou cá", disse, em entrevista ao programa ‘Goucha’, na TVI.
Após o acidente, Armanda, que tinha 17 anos, esteve em coma durante três meses, tendo posteriormente recebido cuidados intermédios e feito fisioterapia até ser transferida para Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais, no concelho de Cantanhede.
Armanda Leite, atualmente com 30 anos, contou que conheceu Angélico Vieira numa festa. Foi o próprio quem pediu a um amigo em comum que o apresentasse à jovem modelo porque queria que ela participasse num dos seus videoclips.
Já sobre o acidente, disse que as únicas memórias que tem são das "pessoas a falar", mas o que se dizia "nem sempre era certo" e tinha de questionar o pai sobre o sucedido.
O pai, José, também contou a Manuel Luís Goucha que esteve no sítio do acidente e que a Guarda Nacional Republicana (GNR) lhe mostrou um "bocado do pneu que rebentou do carro" de Angélico Vieira, que provava que se tratava de um "rebentamento de pneu, seguido de despiste".
"A culpa não foi do motorista, foi um acidente", afirmou, acrescentando que "foi importante" saber que não se tinha tratado de uma questão de abuso de bebidas alcoólicas.
Agora, Armanda sonha em "melhorar" e espera ter filhos, depois de passar anos a fazer fisioterapia para conseguir "andar com ajuda". A sua força, revelou, é o "gosto" pela vida.
"Arranjei força em gostar muito da vida. Só o facto de gostar de viver dá força a qualquer um. Se não gostasse de viver, talvez fizesse qualquer bobagem. Gosto muito de viver, gosto da vida em si. Isso é o que me dá força para lutar", disse a Manuel Luís Goucha.
Recorde-se que o cantor Angélico Vieira morreu aos 28 anos, a 28 de junho de 2011, três dias depois de sofrer um acidente na Autoestrada N.º1 (A1), perto de Estarreja. Além do artista, registou-se outra vítima mortal e dois feridos, um grave (Armanda) e um ligeiro.
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