Após 23 anos de desfiles memoráveis, os executivos da Victoria's Secret confirmaram que o desfile de moda de 2019 seria cancelado. E assim foi.
O Victoria's Secret Fashion Show foi lançado em 1995 e logo se tornou sinónimo de supermodelos como Naomi Campbell, Gisele Bundchen e Miranda Kerr, que desfilaram em lingerie, asas e designs de pijamas ano após ano. Foi transmitido pela primeira vez na televisão em 2001 na ABC.
A portuguesa Sara Sampaio chegou a ser um dos 'anjos' da marca entre 2015 e 2018.
Apesar do seu sucesso, a Victoria's Secret viu-se perante um declínio constante nas vendas desde 2016 e, de acordo com a CNBC, o desfile de moda de 2018 teve a pior audiência na história da transmissão do programa.
Em causa, esteve a objetificação das mulheres e falta de diversidade corporal das modelos que desfilaram na passarela da marca.
Em 2018, o ex-diretor de marketing, Ed Razek, enfrentou reações negativas após dizer à revista Vogue que a marca não contrataria modelos transgénero ou plus size para o desfile anual da Victoria's Secret Fashion Show.
Ed acabou por emitir um comunicado no qual pediu desculpa pelas suas afirmações. No mesmo ano, a Victoria's Secret fez um esforço para expandir a diversidade na passarela ao contratar 19 modelos negras, incluindo Winnie Harlow, a primeira modelo com vitiligo a desfilar para a marca. Ed Razek deixou o cargo em agosto de 2019.
Seis anos depois, o Victoria's Secret Fashion Show regressou mais forte do que nunca, incluindo modelos plus size, transgénero, negras e ainda modelos com mais de 50 anos.
Um desfile mais inclusivo
O espetáculo abriu com uma performance de Lisa, cantora tailandesa integrante do grupo sul-coreano Blackpink. Na passarela, Gigi Hadid foi a primeira modelo a desfilar.
Entretanto, modelos plus size, como Ashley Graham e Paloma Elsesser, desfilaram de forma a contrariar o estereótipo conhecido da Victoria's Secret - mulher branca, alta e magra.
As mulheres brasileiras também se destacaram no evento. Adriana Lima, Alessandra Ambrósio e Isabeli Fontana representaram o país como verdadeiros 'anjos'.
O espetáculo contou ainda com a primeira modelo trans a desfilar para a Victoria's Secret. A também brasileira Valentina Sampaio foi a escolhida para o momento histórico.
Destacaram-se ainda as modelos com mais de 50 anos. Kate Moss, por exemplo, desfilou ao som de 'I Love Rock N' Roll'. O evento também contou com outras manequins veteranas, como a francesa Carla Bruni, de 56 anos, e a checa Eva Herzigová, de 51.
Por fim, de modo a incluir a diversidade racial, Tyla, cantora sul-africana, foi a segunda atração musical da noite e chegou a usar as famosas asas, símbolo da Victoria's Secret.
Cher foi a responsável pelo espetáculo de encerramento. A icónica artista cantou o single 'Do You Believe in Life After Love?' enquanto as modelos desfilavam em lingeries vermelhas.
Tyra Banks, outro ícone dos anos 90 e atualmente modelo plus size, foi a responsável por 'encerrar' a passarela. A modelo e ex-apresentadora do 'America's Next Top Model' distribuiu sorrisos enquanto confetes caíam e todo o elenco caminhava atrás dela, marcando assim, o fim do desfile.
Carregue na galeria para ver as modelos que marcaram a diferença no desfile de 15 de outubro.
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