Dois anos depois de nascer a Maria Rita, nasceu a Maria Inês. O plano de António e Catarina Raminhos era mesmo o de “ter duas com idades próximas e ‘fechar a loja’. Mas a Maria Leonor quis furar os planos e apareceu dizendo ‘aqui estou eu, contem comigo se faz favor’, conta Catarina ao Notícias ao Minuto.
Hoje, a família de cinco é protagonista da maior parte das publicações que Catarina partilha no seu blog pessoal (além dos vídeos partilhados pelo marido e humorista António Raminhos) onde contraria a ideia de que a vida de mãe é todo um ‘estado de graça’ vivido num cenário cor de rosa. Não é. “Cada pessoa tem de perceber que cada caso é um caso e que não há qualquer problema se não se encaixar no rótulo. Quem me dera a mim ter cabido na caixa do ‘isto é tudo cor-de-rosa’, desabafa Catarina, que destaca a terceira gravidez por ter sido a mais complicada em quase todos os sentidos. “Desde as dúvidas em relação à saúde da Maria Leonor, que felizmente não se confirmaram, às dores no corpo inteiro passando pelo facto de não conseguir dormir à noite a partir dos quatro meses e ter as duas mais velhas para cuidar”, relata.
A primeira gravidez foi a que correu melhor. “Senti-me sempre bem, linda e feliz e apenas nas últimas semanas é que me senti pesada”. Já no caso da segunda gravidez, a da Maria Inês, foi mais cansativa por “ter um bebé na barriga e outro ao colo” e o parto “foi complicadíssimo” e de recuperação bastante mais lenta.
Qualquer mãe que já tenha passado por mais do que um parto irá concordar com a ideia de que cada caso é único e que a mulher apenas se sente mais preparada em certos aspetos, já que cada situação é ímpar.
Quanto à maturidade da mulher e à sua forma de lidar com a gravidez, é um aspeto igualmente variável aos olhos de Catarina Raminhos, que associa uma gravidez mais tardia a uma certa perda de disponibilidade e paciência. Por isso, “quando me perguntam qual a melhor altura para engravidar, costumo responder ‘quando queremos ser pais’. Não há momentos perfeitos para isso acontecer porque os empregos são instáveis, mas se quisermos muito um filho, vamos reunir condições para que ele faça parte das nossas vidas, independentemente de como se encontram na altura”, explica.
Não dêem ouvidos à sogra nem à mãe, nem liguem muito aos conselhos de outras mães
Dito isto, Catarina deixa um conselho às grávidas de hoje: “Dêem sempre prioridade ao que estão a pensar e a sentir em vez de se porem a ler coisas na internet. Descansem o mais que puderem, leiam e vejam filmes porque depois isso é só uma miragem. E não dêem ouvidos à sogra nem à mãe, nem liguem muito aos conselhos de outras mães - incluindo os meus”.
Esta ideia de dar prioridade ao que se sente é essencial e deve-se sempre sobrepor às conversas que de pouco servem como ‘estás com dores, mas já faltou mais’. Ou ‘quando ela nascer esqueces estas dores todas’, “como se se tratasse de um prémio de consolação”, lembra Catarina, que também recebeu alguns ‘narizes torcidos’ quando se queixava de dores ou de outra situação que se tenha passado durante os nove meses. De tudo o que ouviu, o que menos gostou foi acerca da fragilização da mulher grávida: “confundir-se gravidez com doença, não há pachorra!”
Dores à parte, ser mãe é algo único: “com todas as dúvidas e todas as tristezas, todas as mágoas e alegrias. É um pacote de emoções sem o qual já não conseguia viver”, sublinha Catarina, para quem este é um tema de que se deve falar sempre – nos dias cor-de-rosa e nos mais cinzentos também.