Dia Nacional do Farmacêutico: "Somos médicos, enfermeiros e psicólogos"
Um farmacêutico é um especialista da área da saúde, preparado para ajudar e orientar qualquer utente que passe na farmácia, não é “só alguém que vende caixinhas”. Mas então, que limites definem a sua responsabilidade?
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Ser farmacêutico é preocuparmo-nos com os utentes, é aconselhar e orientar os nossos utentes nas várias componentes terapêuticas (não só medicamentos como cosméticos e medidas não farmacológicas), é sabermos interpretar a prescrição médica e garantir que o nosso utente adere à terapêutica. Ser farmacêutico é ter um sorriso no rosto e uma palavra amiga”. É assim que Patrícia Neves define a sua profissão. É farmacêutica em Lisboa, na Farmácia Santa Maria, e admite ao Notícias ao Minuto que já experienciou várias situações com utentes que vêm o farmacêutico de formas bem contrastantes.
“Temos clientes que delegam em nós todas as decisões terapêuticas, chegamos a substituir o médico. Também há os utentes que se julgam donos da verdade por terem pesquisado no Dr. Google e que não estão abertos às nossas sugestões”. Estes são casos que dependem muito do tipo de cliente, bem como da zona onde se localiza cada farmácia, mas, regra geral, acrescenta Patrícia Neves, “a tendência é de confiança no farmacêutico que não é visto como alguém que vende caixinhas, felizmente”. Mesmo quem vem com uma ideia muito formatada do que acredita ser melhor para o seu caso, aceita ser aconselhado e orientado pelo farmacêutico.
É precisamente esta orientação especializada que nos leva à questão sobre se são muitos os casos de quem quer uma consulta em plena farmácia, algo que a farmacêutica entrevistada pelo Notícias ao Minuto garante ser o mais frequente: “Chegam à farmácia, descrevem ligeiramente os sintomas e lá questionamos e orientamos da melhor forma. Nestes casos fazemos sempre a avaliação prévia se é alguma situação que seja necessária uma consulta do médico ou se é algo em que possamos intervir”.
Tal sensibilidade sobre se o utente deve ser visto por um médico ou pode ser ajudado apenas pelo farmacêutico faz parte da profissão e nem sempre é de fácil interpretação, como aponta Patrícia, que faz notar que para a mesma patologia podem existir várias abordagens, mesmo nos casos mais comuns: “Numa simples gripe podemos na farmácia aconselhar o melhor para tratar os sintomas, contudo se houver uma co-infecção bacteriana já requer intervenção médica”.
O melhor será dirigir-se à farmácia e deixar que o farmacêutico avalie cada situaçãoEm caso de dúvida, o melhor será dirigir-se à farmácia e deixar que o farmacêutico avalie cada situação, algo que já acontece, mesmo que as funções deste profissional de saúde gerem dúvidas
“No dia a dia somos por vezes médicos, enfermeiros e, muito frequentemente, psicólogos! O bom desta profissão é precisamente esta polivalência, esta constante adaptação ao utente e à situação que nos traz naquele momento. Sempre que necessário cá estamos para orientar para outro profissional de saúde, mas sempre com uma palavra de conforto e de amizade”, assegura Patrícia, certa de que o Dia Nacional do Farmacêutico é uma data que merece toda a atenção. “Vale a pena lembrar todo o percurso histórico e continuar a delinear o nosso trajeto. Devemos lutar pelo nosso lugar e pela dignidade da classe profissional de quem se dedica diariamente aos seus utentes, como qualquer outro profissional de saúde”.
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