"Nos neurónios humanos, há uma maior compartimentalização elétrica", explicou Mark Harnett, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, no novo artigo científico. "Estes permitem que as unidades sejam um pouco mais independentes, levando a um aumento de capacidades computacionais dos neurónios individuais".
Tudo se resume aos dendritos – estruturas que saem do neurónio e que são responsáveis pela condução de informações, na forma de sinais elétricos, de uma célula para outra. São por exemplo como um equivalente orgânico ao transístor (componente eletrónico condutor de energia) de um computador. Vastas redes de neurónios comunicam constantemente umas com as outras, controlando desse modo os pensamentos e comportamento humanos.
No entanto, à medida que os sinais elétricos se movem ao longo dos dendritos e se afastam do corpo celular, estes ficam mais fracos.
Ainda assim, e segundo a ciência, certas atividades do dia a dia podem contribuir para manter o cérebro mais 'afinado', focado e aumentar os índices de inteligência.
1 – Jogos de computador
Um estudo apontou que os jogos de ação podem ajudar no desenvolvimento do cerebelo, do córtex pré-frontal e do hipocampo direito, que são áreas do cérebro envolvidas em atividades complexas, como memória espacial, navegação e coordenação entre o movimento das mãos e a visão.
Num outro estudo, os investigadores observaram indivíduos enquanto estes jogavam e resolviam quebra-cabeças, comparando de seguida os resultados. Os académicos perceberam que os ‘gamers’ tinham mais facilidade em evitar distrações e possuíam uma maior atenção visual seletiva relativamente aos demais participantes, o que significa que apresentavam uma maior capacidade de processar informações visuais.
2 – Ler obras de ficção
Os seres humanos não foram ‘projetados’ para entender o que estão a ler da mesma forma como compreendem o que é transmitido oralmente. Assim, quando lemos, o cérebro necessita de criar novos circuitos e, para se manter em forma, estes necessitam de ser exercitados.
E o esforço vale a pena. Investigadores da Universidade York de Toronto, no Canadá, descobriram que pessoas que leem obras de ficção com frequência são mais empáticas, tolerantes e mais propensas a ter uma visão mais geral das coisas — em vez de se focarem em sua própria opinião —, além de terem mais facilidade em entender os outros. Portanto, ler bons livros pode ser uma excelente maneira de melhorar a inteligência emocional.
3 – Dançar
Pense em tudo o que tem que ter em atenção quando está a dançar. Tem que estar atento para não pisar o pé do parceiro e para não ‘atropelar’ ninguém, tudo isso enquanto mantém o equilíbrio e o ritmo e tenta não errar o passo.
Um estudo conduzido ao longo de mais de duas décadas com idosos acima dos 75 anos de idade revelou que dançar regularmente pode melhorar as funções cognitivas, além de aumentar a acuidade mental. Durante a pesquisa, os cientistas avaliaram os benefícios de atividades como ler, jogar golfe, nadar, andar de bicicleta, fazer palavras cruzadas etc. e descobriram que a dança era a que oferecia mais vantagens.
Das atividades avaliadas, a prática frequente de dança foi a única a oferecer proteção contra o surgimento da demência. O mais interessante é que os investigadores concluíram que os benefícios podem ser efetivos para pessoas de todas as idades, devido ao facto da dança envolver o reconhecimento de padrões e a consciência espacial que, por sua vez, promove a conexão de vias neurais do hipocampo e do córtex cerebral, fortalecendo o cérebro.
4 – Tocar um instrumento musical
No geral a música tem a capacidade de ativar diversas regiões do cérebro humano de modo a interpretar aspetos como o ritmo e a melodia.
Tocar um instrumento faz com que vários processos mentais ocorram ao mesmo tempo. Ativando o córtex motor, o auditivo e o visual. Além disso, o processo de aprendizagem sustenta-se na disciplina e na prática frequente, e esse tipo de rotina é ideal para melhorar e fortalecer a atividade cerebral.