O RH nulo, também chamado de ‘sangue dourado’, é o tipo sanguíneo mais raro do mundo, segundo uma reportagem divulgada pela BBC News.
Para entender do que se trata é preciso analisar a classificação dos grupos sanguíneos. Os glóbulos vermelhos que formam o sangue estão cobertos por proteínas conhecidas pelo nome de antígenos.
O sangue tipo A tem antígenos A, o sangue B tem antígenos B, o sangue AB tem antígenos de ambos e o tipo O, nenhum dos dois.
Os glóbulos vermelhos também têm outro tipo de antígeno, o chamado RhD, que é parte de uma família formada por 61 antígenos tipo Rh. Quando o sangue tem RhD, é de tipo positivo. Quando não tem, é tipo negativo.
Sendo assim que se constituem os tipos de sangue mais comuns: A+, A-, B+, B-, AB+, AB-, O+, O-.
O tipo de sangue é vital no momento de uma transfusão.
A variante de sangue de cada individuo é herdado geneticamente, segundo explicou à BBC Natalia Villarroya, médica especialista em hematologia da Universidade Nacional da Colômbia.
"Pai e mãe são portadores da mutação”, afirma.
Já o sangue Rh nulo pode ser considerado um ‘tesouro’ ou um risco. Por um lado, pode ser doado a qualquer pessoa com os tipos sanguíneos tradicionais dentro do sistema Rh e Rh negativo.
Ou seja, este sangue de ‘ouro’ pode salvar vidas.
Todavia, é extremamente difícil de conseguir. "É por isso que recebeu o apelido de sangue dourado", explica o médico Thierry Peyrad, diretor do Laboratório Nacional de Referência em Imunohematologia de Paris, citado no artigo de Bailey.
Trata-se de um tipo sanguíneo tão precioso e raro que, ainda que os bancos de sangue sejam anónimos, houve casos de cientistas que conseguiram identificar os doadores para pedir amostras para investigações científicas.
Riscos
Segundo o Centro de Informação de Doenças Raras dos Estados Unidos, quem tem sangue Rh nulo pode sofrer de anemia leve.
Mais ainda, no caso de precisarem de transfusão, só podem receber Rh nulo- algo extremamente complicado, não apenas pela pouca quantidade de pessoas com esse tipo sanguíneo, mas também pelas dificuldades de transporte do sangue de um país a outro.
Atualmente, as pessoas que tem ‘sangue dourado’ vivem em países diferentes, alguns distantes entre si, como Colômbia, Brasil, Japão, Irlanda e Estados Unidos.
Os portadores de Rh nulo, costumam assim tirar sangue regularmente para guardar de reserva caso tenham que doar a si mesmos no futuro. Também são encorajados a disponibilizar determinadas quantidades para servirem de reserva às outras poucas pessoas que compartilham dessa condição, caso venham a necessitar de transfusões.