A partir da realização de exames de ressonância magnética durante o orgasmo, Nan e uma equipa de investigadores subverteram as crenças anteriores de que o cérebro fica em ‘branco’ nesse momento. Os dados apurados, publicados no ano passado no periódico científico Journal of Sexual Medicine, mostram que existem várias regiões do cérebro envolvidas no clímax.
O orgasmo em detalhe
Há uma razão para que o clímax seja uma experiência abrangente. Os orgasmos são produzidos por sensações criadas em quase todas as áreas do cérebro.
“O que vimos da minha pesquisa foi que, durante o curso de estimulação, as ativações do cérebro aumentam”, diz Nan. “Especificamente, o orgasmo envolve muitas regiões cerebrais que contribuem para a sensação e a recompensa”.
Pense no seu cérebro como uma prancha de luz. Quando começa a ficar excitado, todas essas áreas começam a brilhar – quando chega ao clímax, prepare-se para pegar nos óculos de sol. “Quando dizemos que o órgão sexual mais importante é o cérebro, não estamos a brincar”, completa.
Clímax cognitivo
Então, se orgasmos acontecem no cérebro, pode ‘boa’ fantasia sexual substituir o seu parceiro (ou vibrador)? Tecnicamente, sim, de acordo com a pesquisa da profissional.
Num estudo de 2016 publicado na revista Socioafective Neuroscience and Psychology, Nan e a sua equipa descobriram que simplesmente pensar em estimulação genital ilumina várias áreas do cérebro envolvidas com o orgasmo.
“Imaginar a estimulação com vibrador gerou extensa ativação cerebral no córtex sensitivo genital, no córtex somatossensorial secundário, no hipocampo, na amígdala, na ínsula, no núcleo acumbente e no córtex pré-frontal medial”, escreveram os autores.
Enquanto isso, imaginar-se a ser tocado em uma situação não sexual (como no ginecologista) deixou essas áreas quase escuras.
Considere esta uma razão para estar mais atenta durante o sexo ou masturbação, realmente pensando em cada toque e sensação para acionar o ‘fogo de artifício’ no seu cérebro: “É essa incrível capacidade de provocar prazer apenas imaginando a estimulação genital. Quando sabemos disso, é possível que realmente nos capacite”.
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