O Infarmed aprovou o financiamento do dupilumab, primeiro medicamento especificamente desenvolvido para tratar a dermatite atópica (DA) moderada a grave, uma doença inflamatória da pele crónica sem cura, altamente debilitante e que afeta cerca de 34 mil doentes no nosso país.
O dupilumab é um tratamento biológico inovador responsável pela inibição das interleucinas IL13 e IL4, responsáveis pela inflamação crónica do Tipo 2 que está na base da DA. O tratamento foi aprovado pela Agência Europeia do Medicamento em setembro 2017 e já está disponível para profissionais de saúde e doentes na maioria dos países europeus.
“É com enorme satisfação que recebemos esta notícia numa data que coincidiu com o Dia Mundial da Dermatite Atópica, uma efeméride dedicada a sensibilizar para o enorme impacto emocional, físico e social que esta doença tem na vida das pessoas e das suas famílias. Acreditamos que o dupilumab representa uma esperança para as pessoas com dermatite atópica moderada a grave que até ao momento não dispunham de tratamento e que será uma opção terapêutica que pode melhorar a saúde e a qualidade das suas vidas a longo prazo.”, diz-nos Francisco del Val, Diretor Geral da Sanofi Genzyme.
Até à data, as opções terapêuticas para a forma mais grave da DA não eram suficientes para controlar a patologia e não podiam ser usadas de forma continuada devido sobretudo aos efeitos secundários. Pela primeira vez, os doentes com resposta inadequada ou não ilegíveis para tratamento com imunossupressores poderão ter acesso a um medicamento biológico específico para o tratamento da sua doença, que demonstrou uma elevada eficácia e um perfil de segurança adequado.
Sobre o dupilumab
Anticorpo monoclonal humano que atua especificamente na inibição da sinalização hiperativa de duas proteínas essenciais, IL-4 e IL-13, consideradas fatores importantes na inflamação persistente subjacente na DA e outras doenças alérgicas ou atópicas.
O dupilumab oferece maior controlo da doença inflamatória crónica permitindo minimizar o prurido, a vermelhidão, a secura da pele, a coceira e as erupções cutâneas.
O medicamento é administrado através de duas injeções subcutâneas no início do tratamento e uma repetição a cada catorze dias, melhorando o controlo da dermatite atópica”.
Sobre a dermatite atópica
A patologia afeta cerca de 1-3% da população adulta, e cerca de 15% a 20% das crianças e adolescentes1. Em Portugal, segundo o estudo Nostradamus2, estima-se que existam cerca de 34 mil doentes com DA moderada a grave e destes, cerca 12.5 mil pessoas apresentam DA grave, representando 16% dos adultos com dermatite atópica.
A DA inadequadamente controlada é responsável por um forte impacto físico, emocional, psicológico e socioeconómico.A DA moderada a grave é caracterizada por surtos e erupções cutâneas imprevisíveis que podem cobrir grande parte do corpo e provocam prurido intenso e persistente, vermelhidão, lesões e fissuras, crostas e exsudação. Estes sintomas são muitas vezes causadores de perturbações do sono, ansiedade e depressão.
Dados de um estudo europeu realizado pela EFA (European Federation of Allergy and Airways Diseases Patient’s Associations):
- 1 em cada 4 pessoas sente incapacitada para lidar com a vida;
- 23% não têm uma visão optimista sobre a sua vida;
- 28% das pessoas vivem todos os dias com prurido (comichão) na pele;
- 38% declara-se prejudicado no trabalho por causa da sua pele;
- 45% das pessoas confessa que a dermatite atópica influenciou os seus relacionamentos, vida sexual e hobbies;
- 51% das pessoas tentam esconder a doença.