O cancro vaginal é uma doença rara, especialmente em mulheres jovens. De acordo com a American Cancer Society, apenas cerca de uma em cada 1.100 mulheres a desenvolverá na sua vida, e apenas 15% dos casos ocorrem em mulheres com menos de 40 anos (aproximadamente metade dos casos de cancro vaginal ocorre em mulheres com mais de 70).
Ainda, assim a patologia é real e grave. Cerca de 4.810 novos casos de cancro vaginal serão diagnosticados neste ano, e estima-se que 1.240 mulheres morrerão da doença, segundo a American Cancer Society.
“Os médicos não sabem ao certo o que causa o cancro vaginal, mas tem sido associado ao HPV e exposição ao dietilestilbestrol (DES) no útero”, diz Jack Jacoub, médico oncologista e diretor do MemorialCare Cancer Institute at Orange Coast Medical Center, nos Estados Unidos, em declarações à revista TIME.
Cinco factos que tem de saber já sobre o cancro vaginal
1. Há mais de um tipo de cancro vaginal
“O cancro vaginal é quase sempre um carcinoma de células escamosas”, diz Jacoub. Esta forma de tumor começa nas células escamosas que compõem o revestimento externo da vagina e desenvolve-se lentamente. No entanto, existe outro tipo: o adenocarcinoma.
Relativamente ao cancro vaginal de adenocarcinoma, a doença começa nas células glandulares da mulher (que estão perto da abertura da vagina e expelem muco). Esta variante representa cerca de 15% de todos os casos de tumor vaginal e geralmente surge em mulheres com mais de 50 anos, segundo a American Cancer Society.
2. Os sintomas
“O sintoma mais comum do cancro vaginal é o sangramento anormal, geralmente após o sexo”, diz Jonathan Schaffir, obstetra ginecologista no Wexner Medical Center da Ohio State University. Mas a doença também pode causar um corrimento vaginal anormal ou dor durante o sexo. É claro que muitas outras coisas podem causar esses sintomas, e é por isso que é tão importante consultar um médico se sentir algum desconforto ou sintomas atípicos.
3. A importância do diagnóstico precoce
Se o cancro vaginal for detetado no estágio pré-canceroso, o médico poderá encaminhá-lo a um oncologista ginecológico para discutir as opções de tratamento ou tratá-lo sozinho. Tratamentos comuns incluem cirurgia a laser ou tratamentos tópicos para obliterar o tecido anormal. Se já progrediu para o cancro, a radioterapia, a cirurgia ou a quimioterapia podem ser necessárias, conforme informações da American Cancer Society.
Alguns tratamentos contra o câncer podem afetar a fertilidade, por isso é importante conversar com seu médico sobre a sua situação individual, se planeia ou não ter filhos no futuro.
4. Taxas de sobrevivência variam bastante
As taxas de sobrevivência, em última instância, dependem do estágio em que o tumor se encontra quando é diagnosticado. No estágio 1, a taxa de sobrevivência de cinco anos é de 84%, segundo a American Cancer Society. O estágio 2 é de 75% e os estágios 3 e 4 são de 57%.
5. Porque os exames ginecológicos são tão importantes?
Se o ginecologista detetar sinais de células cancerígenas durante um exame de papanicolau ou exame físico, irá realizar uma colposcopia – exame pélvico que permite ao médico usar uma lente de aumento para analisar de perto a vagina. Uma biópsia geralmente é o passo seguinte para determinar se realmente sofre da doença. Com o cancro vaginal, a vagina terá alterações pré-cancerosas, seguidas por alterações cancerosas.