Atualmente a Internet e as redes sociais são uma fonte inesgotável de conselhos alimentares para quem treina e pratica qualquer tipo de desporto. Contudo, a verdade é que a maioria dessas recomendações é feita por indivíduos que não são qualificados quer em nutrição ou em áreas como educação física, o que frequentemente está por trás de erros alimentares – inclusive de atletas profissionais - baseados em informação falsa ou descontextualizada.
Adicionalmente, dietas não personalizadas ou seguir o plano alimentar de um colega pode acarretar riscos para a saúde.
Eis os erros alimentares mais comuns entre os desportistas, segundo o hospital CUF:
Toma indiscriminada de suplementos nutricionais
Existe a ideia generalizada, sobretudo em algumas modalidades ou entre os atletas profissionais, de que o aumento da atividade física torna indispensável a toma de suplementos nutricionais. A suplementação deve ser sempre analisada caso a caso, em função do tipo de treino, alimentação do atleta, nutrientes que é necessário suplementar, tempos de preparação e recuperação do esforço, etc. Na maioria das vezes, o consumo de suplementos serve apenas para sobrecarregar fígado e rins, sem benefícios plausíveis para o rendimento físico. Uma nota ainda sobre a questão da segurança: os suplementos alimentares não são abrangidos pelas mesmas normas de controlo que os medicamentos, por isso o seu uso deve ser feito sempre com bastante cautela.
Hidratação deficiente
Outro dos erros frequentes é não manter um bom estado de hidratação durante a prática de exercício físico. O calor, a humidade, o tipo de roupa e a intensidade do exercício são fatores que influenciam a sudação e, consequentemente, as necessidades de reidratação. Faça um teste simples para perceber se está a terminar os seus treinos desidratado: pese-se sem roupa, seco, antes de iniciar o treino. Pese-se novamente no fim do treino, nas mesmas condições. Registe a diferença de peso e subtraia o que tiver bebido durante o treino. A diferença de peso entre o início e o fim do treino corresponde, em mais de 95%, a perdas de água, pelo que deve procurar repor esses líquidos.
Alimentação desadequada à atividade física
Os alimentos, por si só, não são bons ou maus. É necessário adequar o horário da sua ingestão, a combinação com outros alimentos e definir as quantidades certas para cada momento. Existe a ideia que os atletas devem obrigatoriamente comer muitas massas (porque fornecem energia) ou muita proteína (para aumentar ou regenerar os tecidos musculares). Mas a verdade é que as coisas não são assim tão simples e só um profissional experiente e qualificado poderá determinar as necessidades individuais de cada desportista. Lembre-se que o plano alimentar do campeão do mundo de 10 mil metros quase de certeza que não é o mais adequado para si que quer correr uma mini maratona de 10km... Apesar da distância percorrida ser a mesma!