Perceba qual é o impacto dos soluços no cérebro dos bebés

Por trás deste fenómeno fisiológico e por vezes nada apreciado, está possivelmente e segundo os cientistas um sofisticado sistema de aprendizagem que conecta os soluços, a respiração e o cérebro dos bebés recém-nascidos.

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Liliana Lopes Monteiro
13/01/2020 11:00 ‧ 13/01/2020 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle

Desenvolvimento neurológico

É o que sugere um estudo publicado por investigadores da University College London, no Reino Unido, divulgado no periódico Clinical Neurophysiology.

Nesta pesquisa inédita, os cientistas observaram a atividade cerebral de 13 bebés prematuros e recém-nascidos não prematuros através da realização de uma eletroencefalografia e detetaram alterações nas ondas cerebrais a cada soluço.

"As razões pelas quais soluçamos não são totalmente evidentes, mas pode haver uma função no desenvolvimento, uma vez que os fetos e os recém-nascidos soluçam com tanta frequência", explicou mum comunicado à imprensa Kimberley Whitehead, investigadora na área de neurofisiologia e líder do estudo.

De acordo com o artigo científico, os bebés prematuros tendem particularmente a soluçar mais — em média, 15 minutos por dia somando todos os episódios.

Atividade precoce do cérebro

Os soluços ou contrações do diafragma, um músculo localizado entre o peito e o abdómen fundamental na respiração, como aponta a BBC têm início logo no útero, a partir de aproximadamente nove semanas de gravidez e são um dos padrões de atividade fisiológica mais precoces do feto.

Ao envolver bebés entre 30 a 42 semanas de gestação, a experiência tinha o intuito de analisar  o processo que ocorre no último trimestre de gestação. 

A partir das 30 semanas, portanto na fase final da gestação, parece haver uma relação entre soluços e uma codificação da atividade no cérebro. O estabelecimento de circuitos multissensoriais é um marco crucial para o desenvolvimento de recém-nascidos. Nessa altura, os soluços tendem a ocorrer enquanto os bebés estão acordados ou no sono do tipo ativo; e vêm normalmente em sequências de aproximadamente oito minutos.

Durante a realização da pesquisa, os investigadores observaram nos bebés, a partir das contrações involuntárias do diafragma, respostas no córtex (camada mais externa do cérebro e repleta de neurónios): duas vastas ondas cerebrais seguidas por uma terceira. Como a terceira onda se apresentou semelhante à despertada por um ruído, o cérebro de um recém-nascido pode ser capaz de vincular o som do soluço à sensação da contração muscular do diafragma.

"A atividade resultante de um soluço pode estar a ajudar o cérebro da bebé a aprender como controlar os músculos respiratórios, para que eventualmente a respiração possa ser controlada voluntariamente, movendo o diafragma para cima e para baixo", acrescentou Lorenzo Fabrizi, coautor do artigo.

 

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