Os quatro aspetos do coronavírus que mais preocupam os cientistas

O coronavírus que apareceu recentemente em Wuhan, na China, e que provoca uma doença pulmonar grave já se manifestou em diversos países, onde infetou milhares de pessoas e provocou 170 mortes.

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Liliana Lopes Monteiro
30/01/2020 07:00 ‧ 30/01/2020 por Liliana Lopes Monteiro

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Coronavírus

Mas há mais, os especialistas, estimam que estes números devem aumentar, o que está a alarmar as autoridades de saúde em todo o mundo, conforme avança uma reportagem divulgada pela BBC News.

O Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) reúne-se hoje, em Genebra, para avaliar se o surto do novo coronavírus, com origem na China, deve ser declarado emergência de saúde pública internacional.

Entretanro, a BBC conversou com vários especialistas, e estas são as questões relativamente ao coronavírus que mais os preocupam:

1. Com que facilidade é transmitido?

Inicialmente as autoridades médicas chinesas afirmaram que o vírus não era transmitido entre seres humanos, mas desde então foram identificados milhares de casos de pessoas infetadas dessa forma.

Agora os cientistas afirmam que cada pessoa infetada pode transmitir o vírus para uma média que fica entre 1,4 e 2,5 indivíduos.

2. Qual é a fase de contágio?

Os cientistas alertam que os doentes podem transmitir o vírus inclusive antes de surgirem quaisquer sintomas, que incluem febre, falta de ar, tosse e dificuldade em respirar.

O intervalo de tempo entre o contágio e o início dos sintomas (o chamado período de incubação) pode ser de um a 14 dias.

A professora Wendy Barclay, do Departamento de Doenças Infecciosas da universidade Imperial College London, no Reino Unido, afirmou à BBC que é comum que infeções respiratórias sejam transmitidas antes que apareçam sintomas.

O vírus "propaga-se pelo ar, ao conversar com uma pessoa infetada ou a respirar proximamente", explica.

"Não seria muito surpreendente se o novo coronavírus fizesse o mesmo”.

3. A que velocidade se propaga a doença?

A verdade é que, em poucos dias, o número de pessoas infetadas passou de centenas para milhares.

Contudo, este crescimento acelerado pode ser algo enganador e dever-se também à maior capacidade atual da China de identificar pessoas infetadas.

Até ao momento, ainda não há muita informação sobre a "taxa de crescimento" do surto. Mas os especialistas acreditam que o número real de pessoas atingidas é provavelmente maior do que o divulgado.

É o que indica um relatório do Centro de Análise de Doenças Infecciosas Globais do Imperial College London.

"É provável que o surto de coronavírus em Wuhan tenha causado mais casos de doença respiratória moderada ou grave do que o informado”.

4. O vírus pode sofrer mutações?

Regra geral, qualquer tipo de vírus tende a sofrer mutações e a evoluir. Porém, tal pode significar cenários diferentes dependendo dos casos.

A Comissão Nacional de Saúde da China alertou que a capacidade de transmissão do coronavírus está cada vez mais forte, mas não foi clara sobre o risco apresentado por mutações virais.

"Deveríamos preocupar-nos com qualquer vírus que infete o corpo humano pela primeira vez, porque já superou o primeiro grande obstáculo", sublinha Jonathan Ball, virologista da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, à BBC.

"Dentro de uma célula (humana) e ao replicar-se, este pode começar a gerar mutações que permitam que se espalhe com mais eficiência e se torne mais perigoso."

"Não queremos dar ao vírus essa oportunidade", alerta Ball.

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