Anteriormente tinha sido diagnosticada com uma forma pouco comum de tuberculose que afeta a coluna vertebral que, quando não tratada, causa deformações nas vértebras, com graves repercussões no estado da coluna vertebral, saúde e qualidade de vida dos doentes. Apesar de corretamente medicada, a doente descontinuou a medicação antes do tempo indicado, tendo como consequência o alojamento, na coluna vertebral, da bactéria responsável pela doença, Mycobacterium tuberculosis, provocando deterioração das vértebras L1-L2 (região lombar). Devido à gravidade da situação, foi submetida a uma intervenção cirúrgica para estabilização da coluna vertebral ao nível das vértebras afetadas, tendo sido colocados parafusos para fixar essa região. No entanto, passado um ano, a doente ainda sofria de dor lombar persistente.
Por forma a melhorar a sua situação clínica, os autores testaram a aplicação de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical, combinadas com uma matriz de hidroxiapatite. As células estaminais, previamente criopreservadas, foram descongeladas e colocadas em cultura no laboratório. As células obtidas foram combinadas com a matriz de hidroxiapatite e, durante uma cirurgia, foram aplicadas diretamente nas vértebras afetadas. Passados três meses, a doente conseguia andar e não sentia dor, tendo melhorado significativamente.
De acordo com Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, “os autores referem não ter encontrado sinais de deformação óssea ou de compressão da espinal medula após o tratamento. Para além disso, não se registaram complicações até 6 meses após o tratamento, o que sugere que esta alternativa terapêutica é segura, constituindo uma estratégia promissora para o tratamento de defeitos ósseos na coluna e outros locais.”.
Os exames realizados posteriormente revelam que as células estaminais combinadas com a matriz de hidroxiapatite preenchem com sucesso o defeito ósseo, tendo levado à regeneração das vértebras na posição correta.