Nesta semana, os casos de Covid-19 em todo o mundo alcançaram o fatídico número de dois milhões, suscitando uma preocupação generalizada acerca da rápida propagação do vírus.
Enquanto cerca de 487 mil indivíduos recuperaram da doença, infelizmente 130 mil casos provaram ser fatais.
Segundo vários estudos realizados até ao momento existem cinco fatores chave capazes de influenciar o risco das pessoas infetadas com o novo coronavírus experienciarem sintomas graves, ou que inclusive morram de Covid-19.
A agência governamental norte-americana Centro de Controlo e Prevenção de Doenças explicou: "a Covid-19 é uma nova doença e atualmente a informação existente ainda é algo limitada, sobretudo quando se trata dos fatores de risco".
"Tendo como base os dados que apurámos até ao momento e o conhecimento de médicos e cientistas, podemos dizer que adultos e pessoas de qualquer idade com condições de saúde pré-existentes e o sistema imunitário comprometido estão mais propícias a sofrer de formas mais severas de Covid-19 e correm igualmente um maior risco de morte".
Eis um levantamento dos cinco traços chave que a maioria das pessoas que morre devido à Covid-19 têm em comum.
1. Idade
Estudos já demonstraram que indivíduos com mais de 70 anos estão mais predispostos a morrer de Covid-19.
Num estudo em específico, conduzido por investigadores na cidade de Wuhan, na China, o local onde a pandemia do novo coronavírus terá começado, foram analisados 191 pacientes em dois hospitais.
A análise indicou que há sim uma relação entre idade e risco de morte, independentemente de problemas de saúde prévios à infeção.
Zhibo Liu, co-autor do estudo, disse: “resultados menos bons para doentes mais velhos devem-se, em parte, ao enfraquecimento do sistema imunitário e inflamação do corpo que dificultam a capacidade do organismo em defender-se de vírus invasores".
2. Género
Na semana passada, foram divulgados novos dados acerca dos motivos pelos quais os homens estão a morrer mais de coronavírus, comparativamente às mulheres, apesar das razões exatas ainda permanecerem incertas.
Por exemplo, na Itália, os homens correspondem a 53% dos infetados e a 68% das mortes, e na Grécia, o número de casos associados à mortandade da população masculina correspondem a 72%.
Apesar dos cientistas continuarem a investigar o porquê destes números, algumas teorias referem-se ao facto da hormona feminina estrogénio ter um papel protetor contra várias estirpes de coronavírus; enquanto que há ainda quem sugira que os homens simplesmente não levam a pandemia tão a sério como as mulheres - e como tal tendem a não procurar ajuda média atempadamente.
3. Condições pré-existentes
Pessoas com problemas de saúde crónicos estão mais predispostas a morrer vítimas da Covid-19. Tal inclui indivíduos com doenças pulmonares, que sofram de asma, problemas cardíacos, hipertensão, diabetes ou doença renal.
4. Obesidade
Quem sofre de obesidade apresenta igualmente um maior risco de morrer vítima do novo coronavírus. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), quase dois terços dos pacientes que ficam gravemente doentes com Covid-19 são obesos.
5. Imunocomprometidos
Pessoas imunocomprometidas têm um sistema imunitário mais fragilizado, o que por sua vez aumenta o risco de morte pelo Sars-coV-2.
Vários problemas de saúde estão por trás deste fator, desde pessoas que sofrem de cancro, SIDA, que tenham realizado um transplante recentemente e o uso prolongado de fármacos como corticosteróides e outros que fragilizam a imunidade.
Em declarações à publicação The Conversation, Sarah Jones and Fabien Vincent, investigadores na Universidade de Monash, na Austrália, explicaram: “o sistema imunitário destes indivíduos encontra-se 'defeituoso' ou simplesmente ineficaz, não sendo capaz de travar a invasão e colonização de intrusos exteriores, incluindo o Sars-coV-2, o vírus que causa a Covid-19".