À medida que a pandemia da Covid-19 se propaga pelo mundo, inúmeros mitos e 'falsa ciência' continuam a inundar as redes sociais.
E qual é a última teoria definitivamente invalidada pela ciência? A água tónica pode ajudar a combater o novo coronavírus.
Eis como o rumor falso terá começado: a base do cocktail contém pequenas quantidades de quinino, extraído da casca do carvalho que por sua vez tem propriedades medicinais. O quinino tem sido usado no tratamento da malária e na síndrome de pernas inquietas. A substância tem estado nas bocas do mundo porque uma droga clinicamente relacionada com a mesma, chamada hidroxicloroquina, está atualmente a ser usada em ensaios clínicos na Europa como cura potencial para o novo coronavírus.
Daí, registou-se uma correria aos supermercados com o intuito de comprar a água 'milagrosa'.
Neste momento, os especialistas ainda estão a investigar se a hidroxicloroquina funciona de facto contra a Covid-19. Todavia, médicos e cientistas concordam que cocktails não são medicamentos.
"Pode armazenar a quantidade de água tónica que quiser, e nunca terá o suficiente para tratar a malária ou a Covid-19", diz Adam Berman, médico toxicologista e de urgências no Northwell Health, em entrevista ao jornal New York Post.
Historicamente, a água tónica era composta por níveis mais elevados de quinino. Quando os marinheiros inventaram o gin tónico no ínicio do século XVIII, fizeram-no ao adicionar ao gin um tónico extremamente amargo - uma mistura de quinino e água - de modo a tornar o gosto mais agradável.
Todavia "o quinino que temos hoje em dia trata-se de uma quantidade minúscula", afirma Berman. "E o fármaco que está atualmente a ser estudado, a hidroxicloroquina, não é igual ao quinino. É como se fosse um 'primo'. Da mesma família, mas diferentes".