Covid-19. Ibuprofeno pode aumentar taxa de sobrevivência até 80%
Médicos afirmam que a toma de ibuprofeno pode ser benéfica no tratatamento de quadros graves de coronavírus.
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O popular analgésico pode aumentar em até 80% a taxa de sobrevivência de pacientes gravemente doentes com o novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da doença da Covid-19, e reduzir a necessidade de internamento nos cuidados intensivos.
A revelação surge após terem surgido várias controvérsias sobre o fármaco logo no ínicio da pandemia, receando-se que o anti-inflamatório pudesse ter implicações graves em indivíduos com Covid-19.
Oliver Veran, médico e ministro da saúde francês, sugeriu na altura que o ibuprofeno poderia de facto agravar as infeções. Tal levou várias entidades de saúde em todo o mundo, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a aconselhar, ao invés, a toma de paracetamol.
Todavia, um estudo posterior concluiu que afinal o medicamento não piorava de todo o quadro dos doentes com Covid-19.
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E agora uma equipa de cientistas da Universidade King's College, em Londres, no Reino Unido, está a iniciar um ensaio clínico com o objetivo de entender se o ibuprofeno pode afinal acelerar a recuperação de doentes com casos graves de coronavírus e reduzir os efeitos secundários da infeção.
Os cientistas creem que a droga farmacológica poderá diminuir o tempo de internamento hospitalar e a quantidade de pacientes transferidos para os cuidados intensivos.
Até ao momento experiências conduzidas em animais apontam que a toma do fármaco tem a capacidade de aumentar em até 80% a taxa de sobrevivência de doentes com Covid-19.
O líder do estudo, o professor Mitul Mehta, disse ao PA: "é extremamente promissor, mas é claro que ainda se trata apenas de um estudo conduzido em animais, e como tal a nossa intenção é que os dados apurados também sejam válidos para os seres humanos".
"Vamos realizar um ensaio clínico para pacientes com Covid-19 e administrar-lhes o fármaco anti-inflamatório ibuprofeno, com o intuito de entender se o medicamento irá amenizar os problemas respiratórios que os estão a afetar".
Mehta salientou que pessoas que suspeitem estar infetadas com o SARS-CoV-2 ou que já tenham testado positivo para a patologia não devem jamais realizar experiências em casa com o medicamento - e sim, seguir as instruções que lhes terão sido facultadas por médicos ou profissionais de saúde.
O professor sublinhou ainda que o ensaio clínico será realizado somente com pacientes que já estão internados em hospitais, e não irá incluir indivíduos com casos ligeiros a moderados de Covid-19.
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