O exercício físico é essencial para a saúde, mas até que ponto o excesso de exercício físico se torna prejudicial? Talvez dependa da intensidade. Um novo estudo, publicado na Palgrave Communications, conclui que a atividade extenuante diária pode realmente reduzir, não prolongar, a vida útil de alguém.
Para chegar a esta conclusão, investigadores do Instituto de Tecnologia de Tóquio analisaram um grupo de atores Kabuki. Kabuki é uma performance japonesa clássica, caracterizada por movimentos rápidos e constantes. Os autores do estudo ficaram surpreendidos ao ver que estes profissionais tinham uma vida útil mais curta em comparação com pessoas com estilos de vida mais sedentários.
No estudo, os autores compararam a esperança de vida entre quatro grupos distintos de artistas japoneses. Ao todo, 699 artistas masculinos nascidos após o ano de 1901 foram examinados. Alguns ainda estavam vivos, enquanto outros haviam falecido, mas os registros de nascimento e óbito ainda estavam disponíveis ao público. Antes de realizar a sua análise, a equipa assumiu que os atores Kabuki geralmente viviam mais do que as outras três categorias de artistas (Sado, Rakugo e Nagauta). Essas outras formas de arte consistem principalmente em cerimónias de chá, recontar histórias ou tocar música, portanto, nenhum desses artistas era tão ativo quanto os praticantes de Kabuki.
No entanto, a análise revelou exatamente o oposto. Os atores Kabuki têm uma vida útil mais curta do que os outros três tipos de artistas. Mas porquê? Os investigadores teorizam que todo o treino constante e excessivo de resistência, necessário para performances, neutraliza efetivamente os benefícios do exercício.