A presença e transmissão do SARS-CoV-2, pode ocorrer de forma insuspeita através do ar, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Nesse sentido, uma equipa de cientistas da startup Omni-electronica, residente na incubadora USP-IPEN-Cietec, no Brasil, tem realizado testes no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo (HC-FMUSP), de modo a estudar a proliferação na atmosfera do novo coronavírus, conforme informações avançadas num artigo publicado na reconhecida revista Galileu.
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Os cientistas utilizaram o sistema de monitorização do ar Spiri capaz de controlar, ao vivo, indicadores da Qualidade do Ar Interior (QAI) - tais como a concentração de dióxido de carbono (CO2) -, elemento denunciador se a zona interior de um edifício está ajustada à saúde e ao bem-estar dos indivíduos.
Durante a experiência, e ao analisarem as mais de 20 amostras recolhidas até ao momento, os investigadores detetaram o coronavírus suspenso no ar. Porém, as análises realizadas pelo Spiri, são encorajadoras, já que tudo indica que a devida ventilação desses locais, através da circulação do ar com janelas abertas, pode diminuir a probabilidade de contaminação pelo SARS-CoV-2.
Ainda assim, e conforme explica a Galileu há fatores agravativos a ter em conta. Segundo Arthur Aikawa, CEO da Omni-electronica e líder da pesquisa, a poluição é um deles, isto porque o vírus suspenso fica 'preso' nas partículas microscópicas de poluentes existentes na atmosfera.
“Adicionalmente, a acumulação de pessoas também torna o ar carregado. Por isso, fazer o ar circular é importante para a manutenção de um ambiente mais limpo", elucida Aikawa.
Para o especialista, este estudo pode e deve servir como base para a formulação de políticas públicas de saúde funcionais para um mundo pós quarentena e para evitar contaminações subsequentes.
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