Fármacos para a Hepatite C podem reduzir mortalidade por Covid-19
A junção dos medicamentos daclatasvir e sofosbuvir, utilizada no tratamento da hepatite C pode ser benéfica no tratamento de quadros graves de Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2.
© Shutterstock
Lifestyle Medicamentos contra SARS-CoV-2
Os 'superpoderes' do daclatasvir e do sofosbuvir, são relatados em vários estudos realizados no Irão, divulgados por sua vez em três artigos publicados no Journal of Antimicrobial Chemotherapy, e partilhados pela revista Galileu.
Os investigadores criaram um fármaco composto por sofosbuvir e daclatasvir e procederam a testes iniciais com o tratamento, que revelou resultados clínicos positivos em doentes infetados com o novo coronavírus. Consequentemente, os cientistas querem agora continuar a analisar o fármaco, desta feita num ensaio clínico de vasta escala.
De acordo com a revista Galileu, numa das pesquisas, 66 voluntários foram divididos em dois grupos, um de controlo e outro de terapia. Os cientistas, apontam que 88% dos indivíduos que receberam o tratamento recuperaram passado 14 dias; já 67% do grupo de controlo alcançou o mesmo resultado nesse período de tempo.
Adicionalmente, os doentes tratados com daclatasvir e sofosbuvir ficaram em média hospitalizados durante seis dias, e os do grupo de controlo regra geral por oito dias. Mais ainda, as altas hospitalares e mortes por Covid-19 também foram menores entre quem tomou a medicação.
Entretanto num outro estudo, informa a Galileu, os doentes foram igualmente repartidos em dois grupos, porém enquanto a uns foi administrado ribavirina, outros receberam sofosbuvir e daclatasvir (em ambos os casos em combinação com a terapêutica padrão nacional que consistia em lopinavir/ritonavir e hidroxicloroquina).
Os dados apurados apontaram que a duração média do internamento foi de cinco dias para o grupo tratado com sofosbuvir/daclatasvir e de nove dias para o grupo da ribavirina. A taxa de mortalidade entre os pacientes que receberam o tratamento para hepatite C foi de 6%, já a percentagem de mortos no grupo da ribavirina correspondeu a 33%.
Shahin Merat, o principal autor de um dos artigos, está otimista, mas salienta que ainda é cedo para tirar conclusões.
"Estudos maiores e bem planeados são necessários para confirmar os nossos resultados", afirmou Merat num comunicado emitido à imprensa.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com