Desenvolvida em 1921, a vacina da BCG - sigla para Bacillus Calmette-Guerin - começou a ser administrada aos bebés como forma de prevenir a tuberculose, uma das principais causas de morte na altura.
E apesar da vacina ter sido desenvolvida para combater aquela doença pulmonar em questão, os cientistas já apuraram que é capaz de ajudar o corpo a desenvolver defesas contra outras patologias.
O ensaio clínico mais recente com o intuito de avaliar a eficácia da BCG vai ser conduzido pela Universidade de Exeter, no Reino Unido, e irá incluir mil indivíduos. Os investigadores pretendem entender através da experiência o potencial da substância contra a Covid-19.
A BCG altera e reforça o sistema imunitário, aumentando a sua capacidade de lutar contra infeções. Tal, dá esperança a especialistas no mundo inteiro que estão atualmente a tentar encontrar um tratamento capaz de travar o SARS-CoV-2.
O professor John Campbell, da Universidade de Exeter, disse à BBC: "podemos estar perante algo de extrema importância a nível global".
"Apesar de não acharmos que [a proteção] será específica para a Covid, tem o potencial de 'comprar' tempo, aliás vários anos, até encontrarmos uma vacina que realmente funcione contra a Covid-19 ou outros tratamentos".
O efeito da vacina da BCG dura até 15 anos.
Embora não exista uma ligação oficial entre a vacina da BCG e o coronavírus, os cientistas estão entusiasmados para perceber se pode ajudar a proteger os humanos contra o vírus até que uma vacina própria seja produzida.
"Se funcionar, poderemos salvar vidas administrando a BCG, enquanto aguardamos pelo desenvolvimento de uma imunização específica para a Covid-19", afirmou Campbell.