De acordo com um novo estudo, publicado na revista Trends in Neurosciences, o novo coronavírus pode desempenhar um papel no desencadeamento da doença de Parkinson, mesmo em pessoas sem histórico familiar de doença degenerativa.
Segundo os investigadores do Instituto Van Andel, alguns efeitos secundários da Covid-19, como a coagulação do sangue, inflamação e sistema nervoso enfraquecido, podem tornar os pacientes mais vulneráveis ao distúrbio cerebral. Um dos autores, Patrik Brudin, descreve o vírus como uma “tempestade perfeita” para a doença de Parkinson.
Para chegar a esta conclusão, a equipa de cientistas examinou três estudos de caso de pacientes com Covid-19 que desenvolveram sintomas semelhantes aos da doença de Parkinson semanas após a recuperação. Nenhum deles tinha histórico familiar de distúrbio do sistema nervoso, que pode causar tremores, rigidez e perda de equilíbrio.
Embora os casos não provem que a infeção por Covid-19 causa a Parkinson, os resultados sugerem uma "possível relação perturbadora" entre o contágio e distúrbios neurodegenerativos, em parte porque o vírus causa coágulos sanguíneos e problemas no sistema vascular, incluindo no cérebro. Também pode existir uma ligação entre a inflamação do cérebro causada pelo coronavírus e um aumento na alfa-sinucleína, uma proteína associada àParkinson.
Em dois dos casos, os sintomas dos pacientes melhoraram depois de terem sido tratados com medicamentos que reabastecem a dopamina, e o terceiro recuperou espontaneamente.