A mutação detetada em visons, que remete para uma alteração de um aminoácido na proteína do novo coronavírus SARS-CoV-2, por trás da doença da Covid-19, não afeta a habilidade do sistema imunológico de reconhecer a infeção.
Uma equipa de cientistas que reviu os dados apuradosnuma análise publicada na Nature, e divulgada na revista Galileu, reporta que as mutações não são especialmente alarmantes, isto porque nada indica que o vírus se propague mais rapidamente entre os seres humanos, torne a doença mais letal ou prejudique a formulação de vacinas.
Segundo Astrid Iversen, virologista da Universidade de Oxford, em declarações à Nature: "as mutações associadas ao vison que conhecemos não estão associadas à disseminação rápida".
Extermínio
Conforme explica a Galileu, Jannik Fonager, virologista da Statens Serum Institut, autoridade sanitária da Dinamarca, partilhou com a revista científica Nature que cientistas dinamarqueses sequenciaram amostras virais de múltiplos indivíduos e detetaram aproximadamente 300 variantes que podiam ser rastreadas até visons. Implicando, assim, que as mutações podem ter inicialmente surgido nos animais.
Adicionalmente, foram registados surtos da patologia em visons nos Países Baixos, Suécia, Espanha, Itália e nos Estados Unidos.
Consequentemente, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, declarou no dia 4 de novembro planos para colocar um fim à criação de visons e abater cerca de 17 milhões de espécimes no país.
Entretanto, os Países Baixos planeiam exterminar toda a sua população de visons até 2021.