O mel é um produto consumido desde a antiguidade, não só pelas suas características sensoriais únicas, adquiridas de acordo com a flora característica da região polinizada pelas abelhas, mas também por lhe serem associadas propriedades curativas.
De facto, o mel tem um potencial papel terapêutico devido às suas propriedades fitoquímicas, anti-inflamatórias, antimicrobianas e antioxidantes, particularmente por conter duas principais moléculas bioativas - os flavonóides e os polifenóis, que atuam como antioxidantes. Deste modo, a evidência científica atual sugere o uso do mel no controlo e tratamento de feridas, asma, doenças cardiovasculares, doenças neurológicas e doenças gastrointestinais. Por ser um alimento considerado com efeitos pré-bióticos, ajuda a nutrir as bactérias boas presentes no intestino.
No entanto, a maioria dos benefícios para a saúde resultantes da ingestão de mel verifica-se apenas mediante a ingestão de cerca de 50 g/dia, algo que, pela quantidade calórica associada, não será razoável. Além disso, o mel deve ser consumido com moderação, uma vez que, apesar de se tratar de um alimento natural, é uma fonte de açúcares simples, maioritariamente de frutose. Assim, 1 colher de sopa de mel (25 g) contém sensivelmente 79 calorias, 20 g de hidratos de carbono, dos quais todos eles são açúcares, e alguns micronutrientes em pequenas quantidades, tais como as vitaminas B2, B3 e B6, e os minerais potássio,fósforo e magnésio, que lhe conferem um valor nutricional que o diferencia do açúcar. A acrescentar, o mel tem um poder adoçante superior ao açúcar refinado e um índice glicémico inferior, sendo este valor variável de acordo com a origem botânica das flores que lhe dão origem.
Em suma, o mel apresenta propriedades benéficas para a saúde, mas o seu consumo deve ser muito moderado, uma vez que é fonte de açúcares simples. É contra-indicado em doentes com diabetes (especialmente se instável e não controlado com medicação) e crianças inferiores a 12 meses.
O mel, mesmo que seja industrializado e sujeito a tratamento térmico pode conter esporos de uma bactéria chamada 'Clostridium botulinum'. Esta bactéria está na origem de uma doença grave e potencialmente fatal nas crianças desta faixa etária, conhecida como botulismo infantil, uma síndrome neuroparalítica rara, potencialmente fatal, causada pela neurotoxina do 'Clostridium botulinum'.