A vacina contra a Covid-19, que está a ser desenvolvida pela universidade de Oxford e pela AstraZeneca, demonstra ter 70% de eficácia, revela a BBC, nesta segunda-feira. Estes são resultados provisórios dos ensaios clínicos.
Segundo a emissora britânica, apesar de se tratar de uma boa notícia, acaba por ficar aquém dos resultados obtidos pelas vacinas da Pfizer e da Moderna, com índices acima dos 90%.
O estudo contou com cerca de 20 mil voluntários - metade do Reino Unido e a outra metade do Brasil. Trinta daqueles que receberam a vacina ficaram infetados pelo novo coronavírus, em comparação com 101 pessoas infetadas e que receberam placebo. Nenhuma hospitalização ou casos graves da doença foram relatados.
Curiosamente, a eficácia aumentou para 90% num grupo de voluntários que recebeu meia dose inicial, seguida de uma dose completa. Esta diferença ainda não é clara.
A análise combinada de ambos os regimes de dosagem resulta numa eficácia média de 70%, explica a AstraZeneca em comunicado, acrescentando que "mais dados continuarão a ser acumulados e análises adicionais serão desenvolvidas, refinando a leitura da eficácia para estabelecer a duração da proteção" conferida.
"Estas descobertas mostram que temos uma vacina eficaz que salvará muitas vidas. Incrivelmente, descobrimos que um de nossos regimes de dosagem pode ser cerca de 90% eficaz e se este regime de dosagem for usado, mais pessoas poderiam ser vacinadas com o fornecimento planeado de vacina. O anúncio de hoje só é possível graças aos muitos voluntários do nosso teste e à equipa talentosa e trabalhadora de investigadores em todo o mundo", disse o investigador-chefe do gabinete de testes da vacina em Oxford, Andrew Pollard, citado no comunicado.
De acordo com a BBC, esta vacina é mais barata e mais fácil de armazenar, quando comparada com as vacinas da Pfizer e da Moderna.
A vacina aguarda agora aprovação pelos reguladores que irão avaliar a sua segurança e eficácia. Esse processo acontecerá nas próximas semanas.