As descobertas sobre os efeitos de um grupo de anti-histamínicos existentes no mercado foram alcançadas ao analisar amostras em laboratório e numa análise detalhada de quase 250 mil registos médicos de pacientes da Califórnia, explica uma nota da Universidade de Saúde da Florida.
Os resultados preliminares revelam que o uso da hidroxizina, dadifenidramina e daazelastina está associado a "uma probabilidade reduzida de dar positivo no teste ao SARS-CoV-2, o vírus responsável pela covid-19", frisou o imunologista e professor daquela instituição, David Ostrov.
"Depois, descobrimos que estes medicamentos específicos mostravam atividade antiviral direta contra o SARS-CoV-2 em laboratório", acrescentou.
Os dados do estudo, que tem como investigadora principal Leah Reznikov, professora da Universidade da Florida, podem apoiar o lançamento de um ensaio clínico aleatório e controlado para determinar se o uso de anti-histamínicos específicos "podetratar ou mesmo prevenir a covid-19 em humanos", diz o comunicado.
"O facto de estes medicamentos inibirem realmente o vírus em laboratório não significa necessariamente que o inibam ativamente em pessoas, mas podem fazê-lo", disse Ostrov, sublinhando que não foi estabelecida uma "relação de causa e efeito formal", o que explica a necessidade de investigações adicionais.
O trabalho dos investigadores centrou-se na enzima conversora de angiotensina (ACE2), uma proteína e "porta de entrada" que o vírus usa para invadir as células humanas, e na análise de quase um quarto de milhão de pacientes da Califórnia.
Descobriram que as pessoas com 61 ou mais anos que tinham tomado certos anti-histamínicos tinham menores probabilidades de ter resultado positivo no teste ao novo coronavírus do que aquelas que não tomavam os medicamentos.
Mais tarde, descobriram que a hidroxizina, adifenidramina e aazelastina "revelaram efeitos antivirais diretos e estatisticamente significativos" sobre o SARS-Cov-2.
Segundo Reznikov, os dados sugerem que estes três anti-histamínicos podem interromper as interações do vírus com a ACE2 ou unir-se a outra proteína que interfira com a replicação viral.
Os investigadores sublinharam, no entanto, a importância das pessoas não se automedicarem com estes anti-histamínicos como medida de prevenção ou tratamento da covid-19 e que qualquer tipo de utilização diferente da indicada na bula deve ser consultada junto do médico.
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