Os cinco genes que aumentam o risco de sofrer de Covid-19 grave

Cientistas britânicos examinaram 2.244 doentes em estado crítico infetados com o novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, internados em 208 unidades de cuidados intensivos no Reino Unido.

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Liliana Lopes Monteiro
16/12/2020 07:37 ‧ 16/12/2020 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle

Coronavírus

Os investigadores compararam os dados genéticos de pacientes com Covid-19 em UCI com amostras de voluntários saudáveis de outros estudos. 

A equipa detetou que variações em cinco genes - IFNAR2, TYK2, OAS1, DPP9 e CCR2 - estavam correlacionadas com o risco dos doentes desenvolverem Covid-19 severa. 

Os cientistas afirmaram que foram capazes de determinar com exatidão que a imunidade antiviral e a inflamação dos pulmões estão associadas com estes genes. 

Defesas antivirais inatas são conhecidas por desempenharem um papel determinante no início da doença enquanto os processos inflamatórios desencadeados pela infecção são uma característica fundamental da Covid-19 grave, apontam os investigadores. 

A pesquisa, publicada no Nature, não tem como objetivo prever quem apresenta uma maior probabilidade de adoecer gravemente com o novo coronavírus. Ao invés, o estudo foca-se em encontrar "pistas biológicas que levem a tratamentos mais eficazes" e em perceber como os pacientes respondem a determinados fármacos. 

Os investigadores afirmaram que novos estudos e ensaios clínicos devem focar-se em anti-virais e em anti-inflamatórios específicos. 

O professor Kenneth Baillie, o principal autor da pesquisa e investigador no Roslin Institute na Universidade de Edimburgo, na Escócia, disse: "trata-se de uma descoberta impressionante de como a genética humana nos pode ajudar a melhor entender esta doença grave". 

"Tal como a sepsis e a influenza - na Covid-19 - os danos nos pulmões são provocados pelo nosso sistema imunitário e não pelo próprio vírus". 

"Os nossos resultados genéticos fornecem um roteiro através da complexidade dos sinais imunológicos, mostrando a via para tratamentos farmacológicos chave", explicou o professor. 

"Os nossos resultados imediatamente destacam quais medicamentos devem estar no topo da lista para serem clinicamente testados". 

"Só podemos testar algumas drogas de cada vez, então fazer as escolhas certas salvará milhares de vidas", concluiu Baillie. 

 

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