Muitas vezes expostas ao ar livre no lavatório da casa-de-banho, afinal - e felizmente - as escovas de dentes são menos 'vítimas' da descarga do autoclismo do que poderíamos pensar, reporta um artigo publicado na revista Galileu.
Um novo estudo realizado por investigadores da Universidade de Northwestern, em Illinois, nos Estados Unidos, divulgado na revista Microbiome, determinou que a origem massiva da maioria das bactérias que se acumula nas cerdas da escova vem da nossa boca e não são prejudiciais à saúde.
Para efeitos daquela pesquisa, os investigadores extraíram ADN presente nos filamentos de escovas de dentes usadas que haviam sido enviadas pelo correio por voluntários.
Ao confrontarem as comunidades de micróbios registadas nesse grupo com as do 'Projeto Microbioma Humano', uma ação desenvolvida pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) com o intuito de estudar todos os microrganismos que vivem no corpo humano, os especialistas chegaram aos dados apurados que apelidaram de 'Operation Pottymouth' ou 'Operação Boca Suja', em português.
"Descobrimos que os micróbios das escovas de dentes têm muito em comum com a boca e a pele, e muito pouco em comum com o intestino humano", explicou Ryan Blaustein, aluno de doutoramento no NIH e primeiro autor do artigo.
Ainda assim, segundo a Galileu, os investigadores não rejeitam totalmente a possibilidade de que descargas do autoclismo possam fazer com que nuvens de partículas de aerossol 'voem' para as escovas de dentes contudo, de acordo com os resultados da pesquisa, esse cenário é "razoavelmente improvável".
Adicionalmente, o estudo revelou que as escovas de indivíduos que utilizavam frequentemente fio dental e enxaguante bucal apresentaram uma diversidade mais reduzida de bactérias, ou seja, estavam mais limpas. Todavia, se verificou uma diferença expressiva.
Mais ainda, quem tinha melhor higiene oral também apresentou um pouco mais de genes associados a uma maior resistência a antibióticos nos microbiomas. Segundo os cientistas, esses genes provavelmente vieram do ar ou do pó presente no WC, visto que nenhum participante disse usar cremes dentais antimicrobianos, comummente utilizados no tratamento de infeções provocadas por bactérias e fungos.