Greenpeace: 50 anos de ativismo ambiental

A Greenpeace é uma das ONGA (Organizações Não Governamentais Ambientais) mais reconhecidas e respeitadas do mundo. Fundada em 1971, a organização está hoje presente em mais de 55 países na Europa, Américas, Ásia, África e Pacífico. A Greenpeace tem 2,8 milhões de apoiantes em todo o mundo e continua empenhada em usar ações criativas não violentas para criar um mundo mais verde e pacífico e para enfrentar os sistemas que ameaçam o meio ambiente.

Clique e descubra mais sobre a Greenpeace e algumas das suas campanhas de maior sucesso até ao momento.

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Criação da Greenpeace

A Greenpeace evoluiu a partir da organização antinuclear Don't Make a Wave Committee, que foi cofundada em 1969 por sete pessoas. Duas delas, Dorothy e Irving Stowe, criariam mais tarde a Greenpeace em 1971.

Na foto, Irving Stowe (segundo à direita) com outros membros e o capitão do primeiro navio da organização, o Phyllis Cormack, uma traineira de pesca.

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Primeira viagem da Greenpeace

A primeira viagem de protesto da Greenpeace partiu em 15 de setembro de 1971 de Vancouver, Canadá, com destino a Amchitka, nas Ilhas Aleutas, para tentar impedir um teste de armas nucleares dos EUA.

Na imagem à esquerda está Bob Hunter (que mais tarde se tornaria presidente da Greenpeace Internacional) a bordo do Phyllis Cormack com o chefe financeiro do Greenpeace, Hamish Bruce, pouco antes de o navio ter mudado de nome para Greenpeace.

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Concerto de beneficência

O protesto da Greenpeace em Amchitka foi financiado com a receita de um concerto de beneficência realizado no Pacific Coliseum em Vancouver em 16 de outubro de 1970. Entre os artistas estavam Joni Mitchell e James Taylor (na foto), juntamente com Phil Ochs. O concerto foi organizado por Irving Stowe com a assistência de Joan Baez.

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Partida para a Polinésia Francesa

Depois de Amchitka, a Greenpeace mudou o seu foco para os testes de armas nucleares atmosféricas francesas no atol de Moruroa, na Polinésia Francesa. Em 1972, David McTaggart comandou o seu próprio iate Vega, rebatizado de Greenpeace III, e navegou num protesto antinuclear na zona de exclusão de Moruroa.

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Banir a bomba

Numa tentativa de o deter, os comandos da Marinha francesa embarcaram na galeota de dois mastros e atacaram McTaggart fisicamente. Depois de o ataque ter sido divulgado, a França anunciou que interromperia os testes nucleares atmosféricos. Na foto, uma nuvem em forma de cogumelo após a explosão de uma bomba atómica francesa sobre o atol de Mururoa em 1971.

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Campanha contra a crueldade

Em meados dos anos 1970, a Greenpeace estava a fazer ativamente campanha contra a caça comercial de baleias e o abate em massa de focas.

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Rainbow Warrior

Em 1978, a Greenpeace lançou o Rainbow Warrior original. Lançado ao mar pela primeira vez para interromper a caça da frota baleeira islandesa, o Rainbow Warrior rapidamente se tornou a base das campanhas da organização. Em outubro de 1978, o navio defendeu com sucesso as focas cinzentas das Ilhas Orkney, afugentando-as para dentro de água antes que os caçadores as alcançassem.

Na foto, David McTaggart ao leme do navio com Peter Bouquet, o capitão do barco, durante uma viagem em outubro de 1978.

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Proteção das focas

Na foto: membros da Greenpeace desembarcam do Rainbow Warrior no bloco de gelo de Newfoundland em março de 1982 para combaterem o massacre anual de 15.000 crias de foca. Numa tentativa de salvar os animais, os ativistas borrifaram a cobiçada pele das focas bebés com tinta, anulando assim o seu valor comercial.

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Evacuação de Rongelap

Em 1985, o Rainbow Warrior embarcou numa viagem de paz no Pacífico para as Ilhas Marshall, para ajudar na evacuação dos habitantes de Rongelap, uma ilha gravemente contaminada pelas partículas radioativas dos testes nucleares dos EUA na década de 1950. O navio fez três viagens para transferir 308 habitantes de Rongelap para as ilhas mais seguras de Majetto e Ebeye no atol de Kwajalein.

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Naufrágio do Rainbow Warrior

Também em 1985, os testes nucleares franceses no Pacífico Sul tornaram-se novamente objeto de controvérsia. O Rainbow Warrior deveria liderar uma flotilha de navios de protesto nas águas ao redor do atol de Moruroa, e estava atracado no porto de Auckland, na Nova Zelândia, quando o governo francês colocou secretamente uma bomba no navio.

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Danos irreparáveis

A explosão de 10 de julho de 1985 atingiu o casco, matando um fotógrafo independente luso-holandês, Fernando Pereira. As autoridades francesas negaram envolvimento, mas no final do ano um jornal britânico descobriu provas irrefutáveis da autorização do plano pelo presidente francês, François Mitterrand. Como ficou demasiado danificado para ser reparado, abriram-lhe rombos no casco e foi afundado nas águas cristalinas da Baía de Matauri, na Nova Zelândia, e agora é um local de mergulho popular.

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Rainbow Warrior II

A Greenpeace rapidamente encomendou um navio substituto, o Rainbow Warrior II. A propósito, o nome do barco vem de uma profecia dos índios Cree norte-americanos: "Quando o mundo adoecer e morrer, as pessoas levantar-se-ão como guerreiros do arco-íris…" Em abril de 1992, a França cancelou o seu programa de testes nucleares no atol de Moruroa.

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Proibição de redes de pesca de arrasto

Em dezembro de 1989, uma moratória das Nações Unidas sobre as redes de pesca de arrasto de grande escala em alto mar foi aprovada em resposta às práticas indiscriminadas de pesca expostas pela Greenpeace. Em 1991, entrou em vigor uma proibição mundial desse tipo de rede.

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Parando o despejo de resíduos no mar

A Greenpeace opunha-se ativamente ao despejo de materiais nocivos no mar desde o início dos anos 80. Em 1993, o despejo de lixo radioativo no oceano foi interrompido depois de A Convenção de Despejo de Londres ter proibido permanentemente em todo o mundo o despejo no mar de lixo radioativo e industrial.

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Santuário de baleias da Antártida

Décadas de protesto da Greenpeace contra a caça às baleias finalmente deram frutos em 1994, depois de o santuário antártico de baleias, proposto pela França e apoiado pela organização ambientalista, ter sido aprovado pela Comissão Baleeira Internacional.

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Florestas virgens de Komi

Em 1995, as Florestas Virgens de Komi, na Rússia, foram declaradas Património da Humanidade pela UNESCO, depois de uma submissão apoiada pela Greenpeace para a inclusão de Komi na lista ter sido bem-sucedida.

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Frigorífico Greenfreeze

Pelo desenvolvimento do Greenfreeze, um frigorífico doméstico livre de produtos químicos que destroem a camada de ozono e que causam o aquecimento global, a Greenpeace recebeu o prestigiado Prémio de Ozono do Programa Ambiental das Nações Unidas, em 1997.

Na foto: o fabrico do primeiro frigorífico  Greenfreeze pela empresa alemã DKK Scharfenstein.

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Protocolo de Quioto

A Greenpeace comemorou uma grande conquista em dezembro de 1997, quando ministros de nações industrializadas adotaram o Protocolo de Quioto, concordando assim em estabelecer metas de redução legalmente obrigatórias de gases de efeito estufa. A Greenpeace e organizações semelhantes vinham fazendo campanha por ações urgentes para proteger o clima desde 1988.

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Salvando as baleias, de novo!

Em 2002, a Greenpeace ajudou a bloquear com sucesso uma grande campanha da nação pró-caça às baleias, o Japão, e dos seus apoiantes, para se reintroduzir a caça comercial de baleias através da Comissão Baleeira Internacional.

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Mensagem antiguerra

A Greenpeace pronunciou-se veementemente contra a guerra do Iraque em janeiro de 2003 e apoiou as ações de 30 milhões de pessoas em todo o mundo na sua oposição a essa ação militar — o maior protesto deste tipo na História.

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"Eco-corredor" da Amazónia

Uma campanha de 18 anos dos Deni, povos indígenas da Amazónia, para marcar as suas terras como protegidas da exploração madeireira terminou em comemoração quando voluntários da Greenpeace usaram a tecnologia GPS para demarcar a sua terra natal — cerca de 3,6 milhões de hectares de terra — para criar um "eco-corredor protegido"

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Acabando com a indústria do desmantelamento naval

Os esforços da Greenpeace para obter regulamentações mais rígidas que regessem a famosa indústria de desmantelamento de navios resultaram num acordo internacional de 2004 para tratar embarcações obsoletas como resíduos. Na fotografia, trabalhadores do Bangladesh carregam uma viga de aço depois de a terem desmontado de um navio sem proteção básica e sob risco de poluição química prejudicial.

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Floresta Tropical Great Bear

Dez anos de campanha e ativismo por uma rede de ONGA, incluindo a Greenpeace, deram finalmente frutos quando a Floresta Tropical Great Bear na costa do Pacífico da Colúmbia Britânica foi salva da destruição em 2006. Um dos maiores trechos remanescentes de floresta tropical temperada intocada no mundo, a área é o lar do único urso Kermode, entre outros animais selvagens.

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"Green my Apple"

A campanha "Green my Apple" da Greenpeace foi concluída em 2009, quando o gigante da tecnologia concordou em remover o plástico tóxico de PVC dos seus novos computadores MacBook e iMac. Depois disso, os produtos Apple tornaram-se mais seguros, fáceis de reciclar e passaram a causaram menos poluição no final da sua vida útil.

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Um milhão de assinaturas

A Greenpeace e a organização sem fins lucrativos Avaaz entregaram um milhão de assinaturas pedindo uma moratória sobre os as sementes geneticamente modificadas à comissão da UE em Bruxelas em dezembro de 2010. A biodiversidade agrícola livre de transgénicos representava a maneira como a maioria dos europeus queria os seus alimentos.

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Rainbow Warrior III

Em agosto de 2011, o Rainbow Warrior II foi substituído por um navio de terceira geração, o Rainbow Warrior III. As instalações de última geração incluem equipamentos avançados de telecomunicações, equipamentos científicos especializados e um heliporto. Também foi projetado para ser um dos navios "mais verdes" no mar, operando principalmente com energia eólica.

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Apoio de celebridades

Depois de o Rainbow Warrior III chegar a Londres, Damon Albarn da banda britânica Blur deu um concerto a bordo, no rio Tamisa. A Greenpeace tem o patrocínio de muitas celebridades, nomes que incluem Madonna, Javier Bardem, Jude Law e Annie Lennox.

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Protegendo o porco-do-mar

Durante anos, a Greenpeace e outras ONGA no México fizeram campanha pela proteção urgente do porco-do-mar, uma espécie de pequeno golfinho em perigo crítico de extinção. Em 2015, o presidente do México instigou a proibição de todos os métodos de pesca que pudessem ameaçar ainda mais esse raro mamífero marinho.

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"Comer menos carne melhora o clima"

Em outubro de 2019, cidadãos de 14 cidades globais, incluindo Barcelona (na foto), celebraram a Declaração Alimentar assinada na C40 Global Mayors Summit pedindo uma redução significativa no consumo de carne em instituições públicas até 2030. Isso ocorreu após um apelo à ação por 200 cientistas do mundo inteiro iniciado em parte pela Greenpeace.

Fontes: (Greenpeace) (History) (European Commission) (Antarctic and Southern Ocean Coalition) (UNESCO World Heritage Centre) (Columbia University) (CNET) (Look to the Stars) (National Oceanic and Atmospheric Administration)

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