Uma pesquisa realizada pelo médico epidemiologista e professor doutor da Universidade Federal de São Carlos, Bernardino Alves Souto, demonstrou como a implementação de um estado de confinamento obrigatório e inflexível em Araraquara, no Brasil, poupou 259 vidas.
Segundo um artigo publicado pela CNN Brasil, a estimativa abrange um período de dois meses, sendo que tem em consideração o tempo de internamento dos doentes vítimas do novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, que por sua vez pode ultrapassar os 30 dias, atingindo os 60.
Adicionalmente, o estudo revela que mais 3.579 contaminações foram evitadas no espaço de um mês.
A medida de confinamento híper restritiva, vista por especialistas como uma das mais rígidas naquele país, foi decretada após a cidade alcançar a ocupação de 100% das camas nas unidades de cuidados intensivos devido à propagação da estirpe P.1 (também conhecida por variante de Manaus).
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A secretária municipal de saúde, Eliana Honain, disse à CNN: "mais de 200 pessoas que poderiam estar mortas estão aqui connosco. Apesar de toda a dificuldade, o 'lockdown' é eficaz e necessário".
Durante o confinamento implementado em Araraquara, somente farmácias e unidades de saúde permaneceram em funcionamento. Os supermercados estiveram fechados, atendendo apenas por 'delivery' e os transportes públicos pararam.
Mais ainda, a circulação foi restringida durante todo o dia e as ruas intensamente patrulhadas por agentes policiais, de modo a impedir que as pessoas saíssem de casa sem uma justificação considerada plausível.
De acordo com a CNN, Araraquara entrou em novo confinamento no dia 20 deste mês - medida que estará em vigor até ao próximo domingo, dia 27 junho. O município implementou mais uma vez a ação excecional depois da cidade voltar a registar um número elevado e crescente de internamentos hospitalares. De notar que a taxa de ocupação das camas nos cuidados intensivos já atingia os 90%, antes deste último 'lockdown'.
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